quinta-feira, 2 de maio de 2013


 Violência


“Nós pedimos com insistência:
Não digam nunca: isso é natura!
Diante dos acontecimentos de cada dia.
Numa época em que reina a confusão.
Em que corre o sangue,
Em que se ordena a desordem,
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza,
Não digam nunca: isso é natural!”

                                                          Bertold Brecht      


            O ser humano é agressivo desde os primórdios da civilização, todos os animais precisavam se defender dos agressores externos e com os humanos não foi diferente. Com a evolução da consciência e inteligência melhoramos bastante, mas continuamos assistindo todos os dias atos de violência banal, onde se mata por nada, situação que nenhum animal dito irracional faz. 
Em alguns países o índice de violência é baixíssimo devido à cultura, as leis rígidas sem impunidade, infelizmente não acontece no nosso querido Brasil, onde temos muitas leis ultrapassadas e cheias de brechas para recursos para quem tem recurso principalmente.
Será que a nossa sociedade está conseguindo criar condições adequadas para a não emergência desses impulsos destrutivos?                                            
            O que fazer para vencer o medo da violência, ou diminuir a própria violência.  Como diz Bertold Brecht, só não podemos achar que tudo isso é natural! , senão será o fim!       
               O mundo está com medo de tudo e de todos, isso afeta a nós, nossa família, escola, nosso bairro, cidade, estado, país e mundo.      
          O que é violência? Podemos dizer que é uma situação de reação ou coerção em que a pessoa foi submetida a um desprazer desnecessário ao seu crescimento e seu desenvolvimento e ao seu bem estar enquanto ser sadio psiquicamente levando a comportamentos inadequados.
                          Quem agride violentamente não tem medo, ou tem desvios de personalidade ou a certeza da impunidade das leis, e querendo tirar do outro de uma forma invejosa negativa, aquilo que ele não consegue ter por seus próprios méritos, e acredita que não tem nada a perder, e por se achar vitima do processo social desigual, o que é bastante relativo, principalmente se for menor de idade.
                    Nossa civilização parece não estar dando conta de canalizar a violência, e os motivos são muitos, como a desestruturação da família, escola impotente e sem autoridade para exigir valores éticos e morais, uso de drogas, desemprego, leis frágeis e com brechas, autoridades políticas e policiais receosas de cumprir suas obrigações, excesso de direitos e pouco cumprimento dos deveres, corrupção, falta de limites, responsabilidades e respeito, onde quem manda é o dinheiro e a sede de poder e domínio, em todas as classes sociais e econômicas, devido ao individualismo e o cada um por si.
                    Assim o medo da violência se alastra nas ruas, com as drogas e a criminalidade. No entanto não podemos ser omissos e passivos perante esse estado que não é de hoje, mas se agrava a cada dia.
                    Devemos estabelecer uma nova ética com valores pela vida sobre a morte. Um projeto constante que todos devemos estar engajados, para que nós, nossos filhos e amigos e todos aqueles que amam a vida e a si mesmo enfrentem com coragem os desafios. Para Aristóteles, a política, é tornar feliz a coletividade, será que um dia conseguiremos isso  dos nossos políticos?
                      Devemos ter medo para proteção das nossas vidas, mas esses medos não podem nos impedir de viver, caso contrario o medo evoluirá para a ansiedade patológica, fobias e pânico geral, e não podemos deixar que isso aconteça.
 Não temos oficialmente pena de morte nem prisão perpetua nas leis, mas se pensarmos bem temos sim, os assassinos decretam a pena de morte e matam friamente, no caso da prisão perpetua quem se sente preso e punido são as vitimas, parentes e amigos daqueles que cometeram os atos e muitas vezes ficam pouco tempo atrás das grades.
                         Se cada um fizer o seu papel, a maioria boa vencerá a minoria má.    Não vamos esperar que caia do céu as soluções.
                          Tenhamos ESPERANÇA, que nos próximos anos melhore, esperança é o que nos resta.



Marco Antonio Garcia
 Psicólogo Clinico e psicoterapeuta.

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