quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Divorcio

Divorcio vem do latim, divortium, que quer dizer separar-se, rompimento de um compromisso legal.
Vou descrever sobre o divorcio nas relações do casamento civil.
Podemos compara-lo a um furação que vai da escala 1 ao 5. Ou termina como uma leve tempestade chuvosa, ou como um devastador furacão, dependendo da disposição de cada um na relação, bem como o grau de civilidade e maturidade. Pode envolver pensão, poder paternal e bens. Podendo ser amigável ou litigioso.
Se forem procurar culpados a briga não terá fim, pois acredito que ambos têm suas parcelas de responsabilidade dentro do percentual de 50% de cada um.
Atualmente está bastante comum a quantidade de divórcios nos primeiros anos de casamento. E é sobre isso que vou descrever.
A relação a dois não é fácil, mas é nela que evoluímos e amadurecemos. Nas relações de posse do outro, geralmente estão incutidas o medo do abandono e da rejeição que ocorreram na infância, não aceitando esse sofrimento, muitas vezes preferindo terminar primeiro para não mexer em feridas do passado. Quando se tem filhos, pode ficar mais difícil, devido à guarda que pode ser compartilhada, ou ocorrer a alienação parental. Se houver o verdadeiro amor, a separação poderá até se transformar em amizade, ou não, luta pelo poder e até indiferença.
Não aceitar a separação, envolve conflitos psicológicos não resolvidos consigo mesmo, com relação aos arquétipos persona e sombra, gerando vinganças e até agressões e morte ou suicídio. As incompatibilidades que só aparecem após o casamento, mesmo depois de muitos anos de namoro e noivado, talvez sejam pelo individualismo e egoísmo de cada um.
Muitos homens evitam terminar, esperando que a parceira tome a iniciativa.
O ser humano tem muita resistência á mudança, por insegurança e medo da solidão.
Devida a sociedade patriarcal, muitos homens, ficam na superfície, com receio de mergulhar em seus sentimentos, felizmente está mudando tanto com relação aos homens quanto as mulheres.
A melhor solução é o dialogo, enfrentar as crises juntos se ainda
houver sentimento, assim a maturidade virá mais rápido. Se não conseguirem juntos peçam ajuda a amigos sinceros ou profissionais da área, mais vale consertar algo bom do que trocar por algo pior, ou novo.
Isso não quer dizer que todos os relacionamentos terão que dar certo, quando não der que se separem civilizadamente, e cada um siga seu rumo.
A vida só vale a pena se for para ser feliz e com fé.


Marco Antonio Garcia
Psicólogo e Psicoterapeuta
E-mail: marco.garcia357@gmail.com





quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Medo da morte


                       A única certeza que temos ao nascer é que vamos morrer, e mesmo assim é um dos maiores temores da maioria das pessoas.
                       Porque será ?.
                        Será devido às questões existenciais que indagamos como:
De onde viemos?
      O que fazemos aqui ?
Para onde iremos?
                       As Religiões, a Mitologia, as Filosofias de vida, as Seitas as Ordens, procuram dar explicações para essa questão mortal, talvez para aliviar e controlar o sofrimento humano. O animal humano provavelmente é o único ser que tem consciência da sua existência e a necessidade da divindade, devido a grande insegurança pessoal.
            Muitos têm medo do inferno, mas o diabo não é o mal, ele pune quem comete o mal, vejam isto no seriado Lúcifer, do Netflix.
Jung escreveu o seguinte sobre a morte. “É no misterioso
momento do meio dia da vida que acontece o nascimento da morte”. Por volta dos 35 aos 45 anos , quando a curva da vida alcança o auge dá-se a transição, mesmo assim muitos estão entre o desejo de viver e o desejo de morrer, no entanto só permanecerá vivo quem estiver disposto a morrer com a vida.
Vivemos para morrer e morremos para dar significado á vida eterna.
                          O sentimento de perda das pessoas próximas , envolve solidão, insegurança, culpas, angustias, abandono . O processo de Individuação bem compreendido nos ajuda a aceitar e nos preparar para a morte. Verificamos em consultório que crianças , adolescentes, adultos e idosos tem medo da morte, cada um do seu modo de ver .
                           Para alguns a morte pode ser o fim de um período de sofrimento através da autodestruição devido à tensão excessiva (Romeu e Julieta), para outros pode ser a transformação, a passagem a continuidade para a vida eterna. Morremos para viver na memória daqueles que nos admiravam, idolatravam, ou odiavam, outros morrem anonimamente e indigentemente.
                           A Morte, décimo terceiro arcano do Tarô, é um símbolo ambivalente onde vida e morte se completam. A morte pode ser a suprema libertação e transformação das coisas .
                           Na mitologia grega a morte (Tânato) , fazia-se filha da noite e irmã do Sonho, e relaciona-se com o elemento terra ,e o esterco está associado ao seu simbolismo. No entanto é da lama que brota a flor de lótus.
                         Na mitologia Romana (Mors) e no Islã, a morte do herói assimila-se ao iniciado sublimado.
                         Jung acreditava que a psique inconsciente ignora a morte como sendo um fim, e que os sonhos continuam a ocorrer como se nada estivesse por acontecer e o processo de individuação fosse o sentido da vida independente da morte estar ou não a caminho. No entanto existem situações prospectivas onde o inconsciente não ignora a aproximação da morte, é quando o sonhador tenta forjar ilusões para si mesmo a respeito do fim eminente, diz M.L .von Franz.
                         Sonhos com morte são comuns, podem ser assustadores, mas raramente seu significado é a morte, podem anunciar mudanças e transformação em nossas vidas, preste atenção nos sonhos e em suas mensagens.
                              Quando me perguntam se tenho medo da morte, respondo que tinha medo quando era vivo , agora não tenho mais .Isso é uma piada ,claro.
                            Não tenho respostas sobre a morte e sim reflexões, como :
                            Será que a vida é eterna ?
      Existe carma , reencarnação ou renascimento ?
                            Será que somente nós existimos neste Universo?
                            Será que somos parte de um todo existencial infinito no tempo e no espaço ?
                           Será que a existência terrena material é finita sem influencia de energias cósmicas ?
Assistam ao filme A cabana, é bastante interessante.
                            Também não sei responder a essas questões, tenho apenas opiniões e idéias a respeito, e que cada um tenha a sua, e respeito a opinião alheia democraticamente. Só sei que devemos ser e fazer o melhor aqui e agora, sem se angustiar pelo passado e nem sofrer ansiosamente pelo futuro.
 Se existir algo além vai depender do que fizemos aqui, se não existir pelo menos fizemos o melhor que podemos.
                           Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma, reflita...
                           Muita paz e amor a todos na vida e na Morte. 

 
Marco Antonio Garcia
Psicólogo de orientação Junguiana

Blog. Psicologiaemartigos.blogspot.com.br

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

                                            Relacionamentos frágeis.


Porque os relacionamentos estão cada vez mais frágeis, imediatistas e efêmeros?
A instituição casamento está cada vez mais frágil e descartável. Após um, dois ou até cinco anos no máximo os casais se separam.
Por que será?
 As pesquisas mostrar que os principais motivos estão no individualismo, egoísmo, egocentrismo, imaturidade, diferenças financeiras ou de opiniões, incompatibilidades, questões sexuais, por não suportarem a presença do outro, dividindo o mesmo espaço. Crises nas relações são normais e saudáveis para o crescimento pessoal e do casal, desde que enfrentadas juntos.
Vivemos numa sociedade educada mais pelo ter do que pelo ser,
com muitos estímulos e recompensas materiais, principalmente com filhos. Quem não consegue conviver com o outro é porque não consegue conviver consigo mesmo, com muitos perfeccionismos, manias e toques. Projetando no outro seus defeitos, não suportando em si mesmo. Precisa se ter muita cumplicidade, confiança e respeito no relacionamento,
Vejamos também as redes sociais, que estão afastando cada vez mais as pessoas do dialogo frente a frente, muitos só se comunicam por mensagens de texto, fotos e vídeos.
Os relacionamentos deveriam ser como os diamantes, que retirados em pedra bruta, vão se lapidando aos poucos e quanto mais tempo demoram mais belos ficam e isso demora, pois são feitos com tolerância e paciência. Quando se tem filhos espera-se que melhore a relação algumas vezes sim outras não, depende de cada caso. Para se relacionar é preciso ter amor e não paixão cega, senão vira ódio ou indiferença, se acabar o relacionamento. Não quero dizer que o casamente precise ser para sempre, mas se terminar que seja de uma forma civilizada, com respeito. Vemos casais que terminam com ou sem filhos e que se relacionam bem, isso é bonito.
Para bom relacionamento mais duradouro, podendo ser de amizade ou casamento é necessário dialogo, tolerância, respeito, compreensão, e química física e sexual. Aprender com o outro como a conjunção dos opostos, não somos autossuficientes. Existem vários tipos de relacionamentos, independente de opção sexual, que se dispõe a evoluir e amadurecer no processo de individuação.
Muito ciúme também não é bom, proteger e cuidar do outro é saudável, mas sentir posse é psicopatológico, ninguém é dono de minguem não seja escravo do outro nem de si mesmo sofrendo sem necessidade, sofrer é um processo de libertação, que quer dizer se livrar das amarras, sendo livre de pensamento e ações.
Viver é bom desde que saibamos faze-lo. Viver em sonhos e fantasias não resolve, sejam mais realistas e sinceros com todos e consigo mesmo.
O imediatismo em tudo prejudica, muita ansiedade, querendo antecipar o futuro e sofrer pelo passado não ajuda, viva o presente que é mais real. Adaptação com aceitação do que se é para melhorar sempre, tendo um alicerce para evoluir e continuar o crescimento.
A busca pela felicidade plena não existe.
Ambos precisam ceder às vezes, a responsabilidade é dos dois, 50% de cada um, agora cada um tem que saber o que e quanto faz com os seus 50%. .
Os relacionamentos em geral deveriam ser como uma gangorra, um pendulo indo de um lado ao outro, mantendo o equilíbrio para que os dois se divirtam, o equilíbrio é difícil, mas é o melhor caminho.
Viva bem, pois somos seres gregários, sobrevivemos porque vivemos em grupo, senão já estaríamos exterminados.

Assim seja...

Marco Antonio Garcia
Psicoterapeuta de orientação Junguiana
Psicologiaemartigos. blogspot.com.br



terça-feira, 12 de setembro de 2017

Solidão Solidaria



Você se sente sozinho?
Como é se sentir só mesmo com outras pessoas?
Como é se sentir bem mesmo quando estamos sozinhos?
Solidão é estar sem você?
Solidão solidaria é estar bem como você mesmo só?
Vivemos numa sociedade consumista e imediatista, e vejo pessoas que precisam estar na moda, em contato constante com as redes sociais, para não se sentirem sós. Observo pessoas que mesmo tendo muitos bens materiais com poder político e financeiro, sendo  artistas e famosos, que estão infelizes, deprimidos, com um vazio que não se preenche. Claro que existe uma pré-disposição para a solidão interior, que está no DNA e no ambiente que vivemos desde a infância, que afasta a pessoa de si mesma, fazendo com que ela se enfrente consigo mesma, como se fosse um inimigo, se boicotando,  mas sabemos que o nosso psiquismo busca o equilíbrio através da compensação, como acontece nos sonhos, tentando nos ajudar dando avisos que muitas vezes não percebemos ou não queremos ver, por isso as doenças são o caminho para a salvação ou para a morte.
 A psicoterapia é muito importante, pois nos faz pensar melhor, nos conhecermos mais e assim nos ajudando a enfrentar as dificuldades com maior lucidez.
A solidão saudável e solidaria que nos ajuda a refletir sobre a nossa existência conscientemente é positiva, desde que não neguemos a realidade e estejamos em equilíbrio, mas a solidão patológica, que afasta a pessoa do mundo fazendo com que ela se isole, sem pedir ajuda externa, pode leva-la a surtar e cometer até suicídio, ou fazendo a pessoa morrer aos poucos ou através de uma doença, ou ingestão de drogas, se matando lentamente.
Se vocês conhecerem alguém neste estado, ajude e interfira, a pessoa nesse estado não tem condições de decidir por si mesma, mesmo que ela diga que não quer, pois estará deprimida e fora de si e se não houver uma intervenção externa, ela poderá morrer, e daí não adiantará mais chorar, pois será tarde demais, e poderá vir sentimentos de culpa tardia.
Por mais que tenhamos o livre arbítrio, ele somente deve ser aceito quando estamos conscientes e não em crise.
Muitas musicas retratam a solidão como um desabafo e alerta, por isso precisamos externalizar os sentimentos para elaborar nossas crises internas.
O ser humano vive em constante conflito pela consciência existencial, e quando não consegue elaborar suas obsessões e compulsões, fica agressivo se agredindo ou agredindo o mundo.
O ser humano está solitário com nunca e precisa ser mais solidário, por sermos seres gregários, precisamos uns dos outras, mas infelizmente estamos nos afastando cada vez mais, nos comunicando através de mensagens nos isolando do mundo exterior, nada supera o convívio humano, sem egoísmos e individualismos exagerados.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo clinico de orientação Junguiana
Blog. Psicologiaemartigos.blogspot.com.br
  


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Ansiedade e depressão


Todos nós temos um pouco de cada sintoma, o que devemos evitar é ter muito de um só.

Podemos ter uma ansiedade depressiva ou uma depressão ansiosa.

Na ansiedade que é ancestral, utilizamos para nos defender de situações de perigo e medo real ou imaginário, se tornando patológica quando temos medos irracionais em excesso, querendo antecipar o futuro ou situações do cotidiano, com muito estresse, irritabilidade e impaciência com sintomas de sudorese, falta de ar, palpitações, pensamentos negativos, insônia, baixa da libido e autoestima, adrenalina alta.

Na depressão o individuo se sente muito mais do que triste, por um longo tempo, com cansaço, desanimo, letargia, desequilíbrio no humor, choros fáceis, sem sentido pela vida, vazio e angustias devido ao desequilíbrio de neurotransmissores.

Tanto a ansiedade quanto a depressão tem sintomas parecidos, pois estão interligados apesar de um estar focado no futuro e o outro no passado, não conseguindo viver o presente. O estado emocional fica abalado, pois a razão e o intelecto não conseguem entender os motivos e causas. Pesquisas mostram que pelo menos 65% das pessoas com ansiedade sofrem de depressão conjuntamente.

O ansioso quer antecipar o futuro com pensamentos obsessivos e compulsivos como não consegue, fica frustrado e vai para a depressão com sentimentos de culpa e reprimindo emoções do passado, sofrendo muito, podendo até ter ideias suicidas.

As possíveis causas estão, na genética, bem como no inicio da vida com a gestação, nascimento, amamentação e até os três primeiros anos de vida, quando da formação do ego, questões familiares relacionamentos e profissionais levando esses conflitos para a vida toda.

Podemos amenizar esses conflitos com medicamentos e psicoterapias próprias, elaborando a historia e compreendendo sem culpas, desenvolvendo o amor próprio, se perdoando, se amando, se desculpando e agradecendo.

O processo de melhoria é lento, pois as mudanças são existenciais e não na essência. Aceitar os conflitos não é se acomodar e sim, reconhecer encarar e enfrentar para cuidar, assim como na depressão ou ansiedade é preciso reconhecer esses estados para elabora-la e aprender a lidar com eles até o autocontrole.

Se aceitando e se adaptando, fazendo o gosta, com prazer, buscando ter mais momentos de felicidade e simplicidade.

A vida é boa, nós é que não sabemos como conviver apesar das dificuldades.

 A vida é como uma escola, estamos sempre aprendendo a encontrar o seu sentido, não adianta ficar brigando consigo mesmo, se você souber ceder, o inconsciente saberá como te ajudar. Assim como no filme ‘’A cabana”, que nos mostra uma lição de vida, perdoando e se perdoando, o maior remédio é o AMOR.



Marco Antonio Garcia

Psicólogo clinico de orientação Junguiana.

e-mail.   Marco.garcia357@gmail.com

 









sábado, 8 de julho de 2017

Linguagem corporal



Nossas expressões corporais são importantes para a comunicação humana, por demonstrarem as emoções e sentimentos. Essas expressões podem ser faciais ou no corpo todo. As faciais principais são sete, apesar de existirem centenas delas, inclusive as microimpressões que podem durar menos de um segundo, e precisam ser filmadas para que em câmera lenta possamos observar melhor. Essas expressões são universais e ancestrais, variando muito pouco devido à cultura.
 O psicólogo Paul Ekman foi o maior pesquisador no assunto, gerando até um seriado com o nome de “Lie to me”. Excelente seriado apesar de muita ficção. Vou citar as sete expressões mais comuns.
Felicidade, demonstramos sorriso aberto sincero e espontâneo, envolvendo os músculos dos olhos.
Tristeza, as sobrancelhas são puxadas para dentro e para cima e os lábios para baixo.
Desprezo, quando um lado da boca fica mais erguido com sorriso escárnio e rápido.
Repulsa, quando as sobrancelhas ficam franzidas e o lábio superior é levantado.
Surpresa, as sobrancelhas se erguem e se curvam e os lábios ficam abertos.
Medo, as sobrancelhas ficam erguidas e retas, os lábios puxados para traz e abertos.
Raiva, as sobrancelhas ficam franzidas e puxadas para dentro, e a boca espremida e as narinas delatadas.
Essas são apenas algumas expressões, pois existem centenas e somente especialistas conseguem perceber mudanças, principalmente quando as pessoas estão mentindo. Podemos nos enganar ou enganar outras pessoas, mas nosso inconsciente não aceita e mentira. Quando mentimos balançamos a cabeça de forma contaria ao que estamos falando, coçamos o nariz ou a orelha, ficamos mais tensos, repetimos as palavras, pomos a mão na boca, não olhamos nos olhos dos outros, piscamos muito ou ficamos com o olhar fixo, ou mudamos a voz.
Muitos casos policiais são resolvidos pela observação corporal, devemos ter cuidado para não sair acusando pessoas, pois precisamos de provas.
A mentira é um processo de defesa do psiquismo, mas a verdade por pior que seja dói somente um vez, e não ficamos sofrendo.
Sejamos mais verdadeiros e sinceros com a agente mesmo, não se enganando, caso contrario não evoluímos e continuamos imaturos e infantis psiquicamente.

Marco A Garcia
Psicólogo Clinico de orientação Junguiana
marco.garcia357@gmail.com



sábado, 10 de junho de 2017

Honestidade

O que é honestidade?
Literalmente é ser verdadeiro, não mentir, não enganar, não fraudar ou corromper. Etimologicamente vem do latim, honos, que significa honradez, dignidade.
Ser honesto e parecer honesto deveria ser característica do ser humano, que repudia a falcatrua, não ser conivente, levar vantagem em tudo, ser malandro, mais esperto que o outro, não ser corrupto ou sonegador, não respeitar o próximo ou a si mesmo.
Ser honesto é respeitar as normas e regras éticas e morais. A ética estuda os fundamentos dos valores morais, para orientar o comportamento humano, pessoal ou profissional, sendo o modo de ser de cada um, com sua índole, portanto ser coletivo. A moral são os costumes, regras e convenções de cada sociedade ou cultura, o modo de agir das pessoas, buscando o bem estar social.  Por isso as frases “Não faças ao outro o que não gostaria que fizessem com você” bem como” faça o que eu digo, mas não o que faço” definem bem sobre a honestidade de cada um.
Não prejudicar o outro, ser compreensivo, tolerante, perdoar é um ato moral, sendo lição de vida.
O grande Rui Barbosa discursando no Senado Federal em 17/12/1914, disse:
“De tanto ver triunfar as nutilidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Será que de lá para cá melhorou?
Ser honesto é ser sincero, ser o que é na maioria das vezes, sem hipocrisia, saber ser político sem politicagem. Vivemos numa sociedade com muitos melindres, preconceitos, violências, temos que tomar cuidado com o que falamos para não sermos processados por danos morais.
Sendo assim será que existe alguém 100% honesto com os outros e consigo mesmo?
Ouvir verdades machuca o ser humano que nem sempre está preparo para ouvir e aceitar, mas também quais verdades? A mentira é a verdade que gostaríamos que fosse verdadeira. Enganamos-nos e tentamos enganar o outro, por defesa ou malandragem mesmo.
Se não conseguirmos ser 100% honestos vamos tentar nos aproximar como indivíduos na sociedade, pois nós brasileiros somos muito mal vistos por outros países ditos “civilizados”; quando alguém devolve uma carteira que encontrou, é tido como exemplo de honestidade, sendo que isso deveria ser regra.
O caminho é longo, mas a cada passo podemos melhorar, mesmo que o exemplo não venha das autoridades, vamos fazer a nossa parte, para estarmos bem e vivermos melhor sem culpas e em paz.


Marco Antonio Garcia
Psicólogo clinico de orientação Junguiana
e mail – marco.garcia357@gmail.com






segunda-feira, 22 de maio de 2017

O que é traição.

Traição pode sugerir vários temas, como: perfídia, falsidade, emboscada, deslealdade, infidelidade. No entanto o tema que quero abordar é a traição no sentido de fidelidade conjugal (adultério).
O que é traição?
O sentido de traição pode variar de um extremo ao outro, para uns, pensar, olhar, desejar, sonhar com o outro, real ou virtual, pode ser um ato infiel, para outros terem aventuras passageiras, ou uma única vez, não tendo envolvimento afetivo, ou sair com uma garota de programa, para se satisfazer sexualmente; pode não ser considerada traição. Por isso cada caso é um caso.
Troca de casais, ou sexo grupal, será que é traição?
Para alguns é perversão sexual, para outros, pode ser normal. Assim, depende da consciência de cada um. O homem talvez por motivos culturais, hormonais, biológicos e até sociais, trai mais que as mulheres, mas pesquisas recentes mostram que as mulheres também estão tendo relacionamentos extras, em grande quantidade.
        Por que será que isso está acontecendo?
Acredito que tanto para homens ou mulheres, a traição acontece devido às oportunidades de aventuras, ou por não estarem contentes com suas parceiras (os), às vezes são estimulados pelos meios de comunicação de massa, despertando desejos recalcados, ou para ter prazeres diferentes, avidez sexual, ou até por vingança, para provar a virilidade masculina ou a sedução feminina.
O homem talvez para provar que é macho, garanhão, galo; e a mulher para mostrar para as outras mulheres que pode ter quantos homens quiser.
A prostituição é uma das mais antigas profissões do mundo, e em algumas culturas a poligamia e a traição é aceita principalmente para os homens, em outras culturas, flagelam aqueles que cobiçam o alheio.
Num relacionamento conjugal, a figura do amante externo, é como um invasor ou vírus, se você não estiver fortalecido ele invade.     O casal deve se considerar amantes, companheiros, confidentes e cúmplices, e quando surge à figura do terceiro elemento algumas coisas podem não estar andando bem, tanto para homens quanto para mulheres: como se sentirem ignorados, desprezados, se anulando na relação.
 Se as portas e janelas estiverem abertas o invasor pode se sentir atraído.
Buscam-se na internet em sites pornôs ou de bate papo, novos relacionamentos; no ambiente de trabalho com olhares sedutores e devoradores de ambos os lados, principalmente como a liberação sensual da mulher.
A mulher quando está traindo, disfarça muito mais que o homem, o homem mente mal, e a mulher percebe.
Ser “corno” é muito pior socialmente para o homem do que para a mulher.
 Quanto às fantasias sexuais mentais ou reais, são saudáveis quando servem para aquecer a relação a dois, sem muitas repressões e pudores. As pesquisas revelam que mais de 90 % das pessoas tem fantasias sexuais, mesmo que não revelem, ter fantasias é bom para o relacionamento estável, a química conjugal pode diminuir com o tempo, mas não acaba principalmente se tiver respeito e carinho. A traição pode trazer vários problemas emocionais, profissionais, financeiros e de saúde, sendo preciso se tomar muito cuidado.
O casal saudável pode ter fantasias sexuais reais, usando roupas mais sedutoras encontradas em sex shop, assistindo filmes eróticos, praticando Kama sutra ou tantrismo.
Serem amantes no sentido de se amarem física e sentimentalmente, sendo eternos namorados, não deixando que o dia a dia vire uma rotina é saudável para o casal que se ama. Podem-se ter relacionamentos de muitos anos sem infidelidade, com qualidade sexual, e o amor gera fidelidade.
No entanto quem é infiel com o outro precisa encarar a realidade e descobrir o que está acontecendo, para melhorar ou encerrar a relação, pois ninguém merece ser enganado a menos que queira e aceite. Devemos manter relacionamentos com amor, senão vira ódio ou paixão que são extremos perigosos.
Para a mulher fazer sexo significa que ela é amada, desejada e atraente e respeitada pelo marido. Para o homem é diferente, o homem trai por sexo, uma necessidade de perpetuação da espécie.        As prostitutas transam por dinheiro ou desvios de personalidade e para satisfazer a necessidade masculina.     
        O Sexo para o homem mostra que ele é viril, e perpetuador da espécie, gostando de fazer muito mais que a maioria das mulheres.    
        No relacionamento a mulher seduz o homem para ter segurança, proteção e amor, e muitas delas acreditando que estão seguras deixam de satisfazer o marido quando tem os filhos, muitas vezes achando que já conseguiram o que queriam e esquecem-se do parceiro, rejeitando-o e diminuindo o prazer orgástico, e daí o homem vai procurar quem lhe supra o que ele não tem em casa, muitas vezes por necessidade ou patologia. O casal deve ter vida sexual saudável e prazerosa, e a mulher se souber saciar seu homem o terá por muito tempo e fiel, sobre controle e domínio.
         Assim como o homem gosta de sexo, a mulher gosta de ser notada ter sua autoestima elevada, ser desejada, quer carinho, atenção, elogios, tudo isso é tão importante quanto o sexo, e um alô no dia seguinte é apreciado pelas mulheres. Se o casal buscar o equilíbrio, a relação a dois será muito mais gostosa. 
Cuidado com a ressaca moral, para que depois não tenhas culpa ou remorso, pense bem antes de cometer erros que podem não ter volta. Numa relação afetiva e sedutora tanto o antes como o durante e o depois são importantes. Após uma traição conjugal o casal pode se separar ou fortalecer sua relação, refletindo sobre as causas e superando, desde que exista o amor verdadeiro.
 Não podemos esquecer também que a mídia em geral, estimula o homem com fotos e filmes de mulheres nuas e sensuais, para vender seus produtos e o homem não tem sangue de barata, tem hormônios que estão à flor da pele.
 Sexo é instinto e diferente de amor, no entanto fazer sexo com amor é muito melhor.
 
Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico  de orientação Junguiana
E mail. marco.garcia357@gmail.com



quarta-feira, 19 de abril de 2017

As fases do desenvolvimento humano

Antes mesmo do nascimento, trazemos memórias ancestrais gravadas nos cromossomos dos pais e da historia da humanidade, conforme a transmissão psíquica transgeracional. No inconsciente coletivo estão influencias genéticas hereditárias e ambientais, para a formação do nosso ego (eu) e da estrutura da personalidade, por serem ricas em informações e consequências mesmo inconscientes e que poderão jamais se tornar conscientes.
C.G.Jung, já resaltava no inicio do sec. 20, a importância dessas influencias gestacionais e ancestrais, contidas no inconsciente coletivo e familiar, através dos arquétipos.
Estamos ainda na infância do desenvolvimento da humanidade. Apesar do patriarcado racional ter uns 10.000 anos apenas, com o surgimento da agricultura e do sedentarismo, e o matriarcado emocional uns 200.000 anos, o conceito de família é muito mais recente tendo pelo menos uns 250 anos com a convivência com os filhos, concebidos e desejados ou rejeitados e abandonados, conforme pedagogia moderna.
Sabemos que tudo que acontece por volta dos dois ou três anos, fica gravado na memória inconsciente, sendo os mais importantes anos da nossa existência para o desenvolvimento da estrutura da personalidade.
Somos muito parecidos com os animais e plantas do planeta geneticamente, que evoluíram sexualmente a dois bilhões de anos, somos seres ancestrais e universais, na relação macro e microcosmica, poucos genes nos diferenciam. Por isso fazemos parte da evolução das espécies.         
          Nas primeiras cinco semanas o embrião se parece a um reptil.
O papel da mãe geradora mudou muito nas ultimas décadas, influenciando na formação da personalidade, inteligência e saúde da criança.
O parto normal, cada vez mais raro é como um ritual de iniciação, diferente das cesarianas, mais traumáticas para a criança. A amamentação também continua sendo de extrema importância para o desenvolvimento infantil nos primeiros meses, como uma troca química de amor e afeto, e deve perdurar de forma sadia essa relação mãe e filho.
 Crianças com problemas na concepção e contato afetivo nos três primeiros anos poderão ter sérias patologias quando crescerem. O cérebro humano se forma e desenvolve 70% até o primeiro ano de vida e 90% ate o terceiro anos, a partir daí recebe informações, mas o que ficou gravado é para sempre apesar de se desenvolver biopsicossocialmente até a morte.
O sentimento de rejeição e abandono nos primeiros anos de vida é a maior causa de problemas psíquicos, na adolescência e fase adulta. Assistam ao filme: Precisamos falar sobre Kevin.
Dos sete aos dez anos se consolida a estrutura da personalidade, seremos o que fomos até essa idade, a partir daí com a puberdade e a adolescência onde começa a ocorrer a dinâmica da personalidade, tudo que aprendemos é difícil mudar. Mudamos na existência, mas não na essência, podemos melhorar muito, mas nos transformaremos no que está arquivado em nosso inconsciente pessoal.
Com a chegada da vida adulta, até mais ou menos os 40 anos, a fase da metanoia, continuamos a aprender e desenvolver nossa dinâmica da personalidade pelas experiências vividas, pois a experiência é um túnel com a luz voltada para traz, ajuda, mas não resolve possíveis conflitos, nos preocupando mais em ter do que ser.
Dos 40 aos 60 anos é a faze da maturidade, passamos do ter ao ser, se preocupando com outras aprendizagens com mais sabedoria, se quisermos, pois temos o livre arbítrio.
Os homens são mais imaturos que as mulheres, tendo alguns que não saem da adolescência com o complexo de Peter Pan, e nas mulheres, Alice no país das maravilhas, e os arquétipos da revelação que são a anima e o animus, nos ajudam a evoluir.
Dos 60 em diante entramos na terceira idade , quando deveremos ter mais sabedoria ao lidar com as situações da vida, se preocupando mais com a morte e a saúde, e o desapego existencial.
A vida é eterna energeticamente, mas curta materialmente.
Portanto o verdadeiro amor é o principal remédio preventivo para que o ser humano tenha seu amor próprio tão importante no desenvolvimento existencial humano, pois não mudamos o que fomos mais sim o que queremos ser, partir do presente, se libertando dos sofrimentos e sacrifícios passados, para ter um futuro melhor.
 Pratiquem a oração da serenidade.
Assim seja...


Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico
E mail marco.garcia357@gmail.com   







sábado, 25 de março de 2017

Tanatofobia


           Quem tem medo da morte levanta a mão.
                       A única certeza que temos ao nascer é que vamos morrer, e mesmo assim é um dos maiores temores da maioria das pessoas.
                       Será devido às questões existenciais que indagamos como:
De onde viemos?
O que fazemos aqui?
Para onde iremos?
                       As Religiões, a Mitologia, as Filosofias de vida, as Seitas as Ordens, procuram dar explicações para essa questão mortal, talvez para aliviar e controlar o sofrimento humano. O animal humano provavelmente é o único que tem consciência da sua existência e a necessidade da divindade, devido a grande insegurança pessoal.
                        Jung escreveu o seguinte sobre a morte. “É no misterioso momento do meio dia da vida que acontece o nascimento da morte”. Por volta dos 35 aos 45 anos , quando a curva da vida alcança o auge dá-se a transição, mesmo assim muitos estão entre o desejo de viver e o desejo de morrer, no entanto só permanecerá vivo quem estiver disposto a morrer com a vida. Vivemos para morrer e morremos para dar significado á vida eterna.
                          O sentimento de perda das pessoas próximas envolve solidão, insegurança, culpas, angustias, abandono. O processo de Individuação bem compreendido nos ajuda a aceitar e nos preparar para a morte. Verificamos em consultório que crianças , adolescentes, adultos e idosos tem medo da morte, cada um do seu modo de ver .
A logoterapia estuda o sentido da vida, mas é no leito de morte que as pessoas refletem, através dos paliativos e questões sobre a eutanásia .
                           Para alguns a morte pode ser o fim de um período de sofrimento através da autodestruição devido à tensão excessiva, para outros pode ser a transformação, a passagem a continuidade para a vida eterna. Outros morrem para viver na memória daqueles que o admiravam e idolatravam, outros morrem anonimamente e indigentemente.
                           A morte pode ser a suprema libertação e transformação das coisas .
                Todo problema tem solução, até a morte pode ser solução.
                           Na mitologia grega a morte (Tânato) , fazia-se filha da noite e irmã do Sonho, e relaciona-se com o elemento terra e o esterco está associado ao seu simbolismo.
                     C.G.Jung acreditava que a psique inconsciente ignora a morte como sendo um fim, e que os sonhos continuam a ocorrer como se nada estivesse por acontecer e o processo de individuação fosse o sentido da vida independente da morte estar ou não a caminho. No entanto existem situações prospectivas onde o inconsciente não ignora a aproximação da morte, é quando o sonhador tenta forjar ilusões para si mesmo a respeito do fim eminente, diz M.L .Von Franz.
                         Sonhos com morte são comuns, podem ser assustadores, mas raramente seu significado é a morte, podem anunciar mudanças e transformação em nossas vidas, preste atenção nos sonhos e em suas mensagens.
                            Será que a vida é eterna ?
                            Será que somente nós existimos neste Universo?
                            Será que somos parte de um todo existencial infinito no tempo e no espaço ?
                           Será que a existência terrena material é finita sem influencia de energias cósmicas ?
                           Só sei que devemos ser e fazer o melhor aqui e agora, sem se angustiar pelo passado e nem sofrer ansiosamente pelo futuro.  Se existir algo além vai depender do que fizermos aqui, se não existir pelo menos fizemos o melhor que pudemos, assim ficaremos na lembrança e na saudade de quem ficou.
                           Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, reflita ...
                           Muita paz e amor a todos na vida e na Morte. 

 
Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico
Email – marco.garcia357@gmail.com

           

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Relacionamentos

As maiores queixas em consultório são sobre relacionamentos afetivos. Dificuldades em encontrar alguém com quem possa conviver harmoniosamente, por algum tempo juntos.
De onde vem essa dificuldade tanto para homens quanto para mulheres?
Os motivos e causas são vários. Primeiro que somos diferente um do outro, até o lado direito do nosso corpo é diferente do esquerdo, e precisam viver bem, já imaginou um lado brigando com o outro. No entanto peguemos como exemplo a mão, com cinco dedos um diferente do outro, cada um com sua função e se dão bem, nunca vi os dedos das mãos brigando, pois são solidários, assim deveriam ser os relacionamentos, respeitando as diferentes e individualidades.
Relacionar-se com os outros é difícil, mas relacionar-se consigo mesmo é mais difícil ainda.
No inicio de um relacionamento, são as simpatias que aprecem as qualidades as identidades, com o passar das semanas surgem as diferenças e aí começam os problemas, pois se quer que o outro seja parecido com você em tudo, como gostos, valores, desejos, fantasias, ou se aceitam e se ajustam sendo menos individualistas e egoístas ou ficarão sozinhos.
Aí eu te pergunto, você casaria com você? Pense bem.
Alguns fatores atrapalham os relacionamentos como a baixa autoestima, se sentindo inferior ao parceiro não se valorizando, sendo muito auto critico e  inseguro. Nesse caso precisa-se desenvolver o amor próprio.
Outro motivo, é ir como muita vontade querendo já resolver tudo no inicio fazendo planos futuros sem que se conheçam, criando muita expectativa e depois se frustrando, isso ocorre com pessoas muito ansiosas que não vivem o presente, ou estão presas no passado ou vivem no futuro, de um passo de cada vez e aos poucos. De tempo ao tempo.
Outro motivo é ser exigente demais, querendo que o outro seja perfeito bom em tudo, rico, inteligente, romântico, seguro, bom de cama, etc. ou só encontrando mais defeitos do que qualidades, exigindo mudanças do outro. Ninguém é perfeito, quem busca a perfeição no outro não esta bem consigo mesmo.
 Quem muito escolhe... vai ficar só.
Aqueles que buscam a princesa ou o príncipe continuam imaturos, vivendo no mundo de Peter pan ou Alice no país das maravilhas.
Outro motivo é ser muito ciumento pegajoso e controlador, ninguém gosta de ser controlado principalmente os homens.
Ter amor próprio é fundamental, se seu passado te incomoda procure ajuda para se libertar e compreendê-lo, aceitando o outro e a si mesmo como é para poder evoluir, pois não mudamos o que fomos e sim o que fazemos.
Imagine um bolo, você é responsável por fazê-lo, desde escolher a receita, os ingredientes, prepara-lo, assa-lo, recheá-lo e fazer a cobertura, os outros poderão colocar a cereja, mas se o bolo não estiver gostoso, de nada adiante, faça o seu bolo da melhor forma, o primeiro pedaço é seu, para depois reparti-lo, não dê o que não tem.
Nos relacionamentos com o outros não olhe somente os defeitos, faça como os lírios que mesmo nascendo no esterno são lindos e perfumados,  extraia o que é bom  e jogue fora o que não presta.
Busque o autoconhecimento para viver bem e melhor consigo e com os outros.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo e psicoterapeuta.
marco.garcia357@gmail.com





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Borderline

O transtorno de personalidade borderline, é uma das quatro tendências patológicas da personalidade, sedo uma condição mental grave, pois invade o individuo subitamente causando instabilidade nas relações interpessoais na autoimagem e nos afetos, tornando-o impulsivo.
Surge no inicio da fase adulta e é de difícil diagnóstico. Como o nome diz a pessoa vive no limite entre a neurose e a psicose, como em cima de um muro estreito.
As causas são varias, tendo fatores genéticos hereditários devido ao desequilíbrio dos neurotransmissores. Podendo também ter fatores ambientais familiares com experiências emocionais precoces negativas, desenvolvendo a propensão para a patologia. Famílias onde ocorrem muitas brigas, traições, abandonos, rejeições, agressões, perdas, abusos sexuais entre outros, pode desencadear a patologia.
Às vezes se confunde o borderline como o transtorno bipolar, que é mais grave.
Os sintomas são a instabilidade emocional, vivendo nos extremos ou 8 ou 80, como se diz, com angustias, possessividades, manipulações, crises de ansiedade e depressão, medo do abandono e perda, autoestima baixa, tendências ao suicídio, vazio profundo, alterações no humor repentino, sentimentos paranoides, estresse alto, irritabilidade constante, e até automutilação, sofrendo muito tanto a pessoa quanto quem convive com ela, se não souber lidar com os sintomas, podendo também ter outras patologias como o TOC.
O tratamento é com medicamentos receitados por um psiquiatra que fará o diagnostico e muita psicoterapia ativa e próxima do terapeuta, passando segurança, proteção e confiança ao cliente. A família é muito importante no envolvimento e orientação, podendo demorar anos o processo terapêutico.
Com a aceitação e envolvimento o cliente poderá ter uma vida social e profissional equilibrada, com mais qualidade, porem deve ficar atento a qualquer sintoma e identifica-lo para enfrentar antes que aumente e saia do controle e volte a ter crise. Boa alimentação e atividade esportiva ajudam muito. Com o passar dos anos e com o tratamento as crises diminuem principalmente a partir do 40 anos, com a maturidade psíquica, mas sem tratamento ela continuara e poderá se agravar. No filme Atração Fatal temos um exemplo da patologia.
Todos nós podemos ter um pouco de cada coisa, o que devemos evitar é ter muito de uma coisa só. A tendência é viver nos extremos que parece mais cômodo, evitando mudanças, mas o ideal é buscarmos o equilíbrio psíquico, que é mais difícil, mas é mais saudável.
Viver bem e feliz dentro do possível, no entanto as crises e conflitos nos tornam mais fortes, no entanto não apresse o rio, pois ele corre sozinho.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo e psicoterapeuta
marco.garcia357@gmail.com






quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Persona


O que é persona?
Em latim significa a mascara utilizada pelo ator para representar o seu papel na peça teatral, muito utilizada também na Grécia, sendo o símbolo do teatro, a mascara triste e a alegre.
Na psicologia Junguiana, persona é um arquétipo, que usamos para nos mostrar perante os outros ou a nós mesmo, uma mascara social. Assim aquela frase “a primeira impressão é a que fica”, é verdadeira, apesar de não ser a única mascara que usamos, pois nem sempre se mostra o que realmente é a nossa personalidade por ser flexível e adaptável ao ambiente e momento, por termos vários papeis sociais ao longo da vida, como filho, amigo, irmão, pai, mãe, empregado, empregador, estudante etc.
Temos a nossa individualidade, mas somos influenciados pelos outros, precisamos do outro como referencia, é a psique coletiva, sem perder o amor próprio. É através da persona que nosso ego se relaciona com o mundo, aceitando e se adaptando a realidade e aos relacionamentos. A persona nos ajuda e protege, sendo positiva, mas pode ser negativa quando nos identificamos com uma persona, por exemplo, imagine um advogado, psicólogo ou medico que assume essa personalidade profissional em todos os lugares, seria insuportável, por isso precisamos ser maleáveis ao ambiente onde estamos.
No inicio dos relacionamentos, mostra-se as qualidades para conquistar ou seduzir e conquistar o outro, e aos poucos a mascara cai e aparecem os outros lados da personalidades, e ao longo do relacionamento, devem-se aceitar as dificuldades do outro e evoluir para um relacionamento longo ou se termina, devido ao individualismo e, incompatibilidades, não respeitando a individualidade de cada um, no processo de individuação.
Ninguém muda o outro, a mudança é uma porta que se abre pelo lado de dentro apenas, não mudamos na essência somente na existência e naquilo que queremos e precisamos, mas estamos em constante processo de mudanças sempre.
Mudamos o que fazemos e não o que fomos.
No inicio dos relacionamentos, a mulher aceita o homem como ele é, mas acredita que irá conseguir muda-lo ao seu jeito, com manipulações, controles e possessões, mas o homem muda pouco e só naquilo que ele quer. Enquanto que o homem espera que a mulher seja para sempre igual aquela dos primeiros encontros, mas ela muda mais ao longo do relacionamento, principalmente se tiver filhos.
 Se ambos se gostarem e aceitarem as diferenças e aprenderem com elas, formará uma família saudável, e longa caso contrario, devido às incompatibilidades e egoísmos, o relacionamento acabará.
As personas positivas semelhantes se atraem, as negativas se repelem, e os opostos podem evoluir.
Somos o que fomos, mas devemos e podemos melhorar sempre para evoluir no processo existencial cósmico.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico
marco.garcia357@gmail.com


  Afinidade             Afinidade é um sentimento que sempre existiu e existira...           É o mais sensível e produtivo dos sentime...