terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Relacionamentos

As maiores queixas em consultório são sobre relacionamentos afetivos. Dificuldades em encontrar alguém com quem possa conviver harmoniosamente, por algum tempo juntos.
De onde vem essa dificuldade tanto para homens quanto para mulheres?
Os motivos e causas são vários. Primeiro que somos diferente um do outro, até o lado direito do nosso corpo é diferente do esquerdo, e precisam viver bem, já imaginou um lado brigando com o outro. No entanto peguemos como exemplo a mão, com cinco dedos um diferente do outro, cada um com sua função e se dão bem, nunca vi os dedos das mãos brigando, pois são solidários, assim deveriam ser os relacionamentos, respeitando as diferentes e individualidades.
Relacionar-se com os outros é difícil, mas relacionar-se consigo mesmo é mais difícil ainda.
No inicio de um relacionamento, são as simpatias que aprecem as qualidades as identidades, com o passar das semanas surgem as diferenças e aí começam os problemas, pois se quer que o outro seja parecido com você em tudo, como gostos, valores, desejos, fantasias, ou se aceitam e se ajustam sendo menos individualistas e egoístas ou ficarão sozinhos.
Aí eu te pergunto, você casaria com você? Pense bem.
Alguns fatores atrapalham os relacionamentos como a baixa autoestima, se sentindo inferior ao parceiro não se valorizando, sendo muito auto critico e  inseguro. Nesse caso precisa-se desenvolver o amor próprio.
Outro motivo, é ir como muita vontade querendo já resolver tudo no inicio fazendo planos futuros sem que se conheçam, criando muita expectativa e depois se frustrando, isso ocorre com pessoas muito ansiosas que não vivem o presente, ou estão presas no passado ou vivem no futuro, de um passo de cada vez e aos poucos. De tempo ao tempo.
Outro motivo é ser exigente demais, querendo que o outro seja perfeito bom em tudo, rico, inteligente, romântico, seguro, bom de cama, etc. ou só encontrando mais defeitos do que qualidades, exigindo mudanças do outro. Ninguém é perfeito, quem busca a perfeição no outro não esta bem consigo mesmo.
 Quem muito escolhe... vai ficar só.
Aqueles que buscam a princesa ou o príncipe continuam imaturos, vivendo no mundo de Peter pan ou Alice no país das maravilhas.
Outro motivo é ser muito ciumento pegajoso e controlador, ninguém gosta de ser controlado principalmente os homens.
Ter amor próprio é fundamental, se seu passado te incomoda procure ajuda para se libertar e compreendê-lo, aceitando o outro e a si mesmo como é para poder evoluir, pois não mudamos o que fomos e sim o que fazemos.
Imagine um bolo, você é responsável por fazê-lo, desde escolher a receita, os ingredientes, prepara-lo, assa-lo, recheá-lo e fazer a cobertura, os outros poderão colocar a cereja, mas se o bolo não estiver gostoso, de nada adiante, faça o seu bolo da melhor forma, o primeiro pedaço é seu, para depois reparti-lo, não dê o que não tem.
Nos relacionamentos com o outros não olhe somente os defeitos, faça como os lírios que mesmo nascendo no esterno são lindos e perfumados,  extraia o que é bom  e jogue fora o que não presta.
Busque o autoconhecimento para viver bem e melhor consigo e com os outros.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo e psicoterapeuta.
marco.garcia357@gmail.com





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Borderline

O transtorno de personalidade borderline, é uma das quatro tendências patológicas da personalidade, sedo uma condição mental grave, pois invade o individuo subitamente causando instabilidade nas relações interpessoais na autoimagem e nos afetos, tornando-o impulsivo.
Surge no inicio da fase adulta e é de difícil diagnóstico. Como o nome diz a pessoa vive no limite entre a neurose e a psicose, como em cima de um muro estreito.
As causas são varias, tendo fatores genéticos hereditários devido ao desequilíbrio dos neurotransmissores. Podendo também ter fatores ambientais familiares com experiências emocionais precoces negativas, desenvolvendo a propensão para a patologia. Famílias onde ocorrem muitas brigas, traições, abandonos, rejeições, agressões, perdas, abusos sexuais entre outros, pode desencadear a patologia.
Às vezes se confunde o borderline como o transtorno bipolar, que é mais grave.
Os sintomas são a instabilidade emocional, vivendo nos extremos ou 8 ou 80, como se diz, com angustias, possessividades, manipulações, crises de ansiedade e depressão, medo do abandono e perda, autoestima baixa, tendências ao suicídio, vazio profundo, alterações no humor repentino, sentimentos paranoides, estresse alto, irritabilidade constante, e até automutilação, sofrendo muito tanto a pessoa quanto quem convive com ela, se não souber lidar com os sintomas, podendo também ter outras patologias como o TOC.
O tratamento é com medicamentos receitados por um psiquiatra que fará o diagnostico e muita psicoterapia ativa e próxima do terapeuta, passando segurança, proteção e confiança ao cliente. A família é muito importante no envolvimento e orientação, podendo demorar anos o processo terapêutico.
Com a aceitação e envolvimento o cliente poderá ter uma vida social e profissional equilibrada, com mais qualidade, porem deve ficar atento a qualquer sintoma e identifica-lo para enfrentar antes que aumente e saia do controle e volte a ter crise. Boa alimentação e atividade esportiva ajudam muito. Com o passar dos anos e com o tratamento as crises diminuem principalmente a partir do 40 anos, com a maturidade psíquica, mas sem tratamento ela continuara e poderá se agravar. No filme Atração Fatal temos um exemplo da patologia.
Todos nós podemos ter um pouco de cada coisa, o que devemos evitar é ter muito de uma coisa só. A tendência é viver nos extremos que parece mais cômodo, evitando mudanças, mas o ideal é buscarmos o equilíbrio psíquico, que é mais difícil, mas é mais saudável.
Viver bem e feliz dentro do possível, no entanto as crises e conflitos nos tornam mais fortes, no entanto não apresse o rio, pois ele corre sozinho.

Marco Antonio Garcia
Psicólogo e psicoterapeuta
marco.garcia357@gmail.com






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