sexta-feira, 10 de agosto de 2018


Sofrimentos
                                                                                      

                  O ser humano convive com a insatisfação e constante conflito entre o SER e o TER. Vivemos numa sociedade ocidental capitalista materialista que valoriza o ter, e por mais que tentemos buscar a felicidade que é efêmera, voltamos à insatisfação que gera um sofrimento, uma angústia , porque nos apegamos , desejamos e necessitamos de coisas materiais, de forma possessiva, obsessiva, compulsiva, e nos martirizamos com nossos pensamentos, sentimentos, intuições e percepções, numa realidade ora pessimista ora otimista.
O imediatismo, a impaciência, a intolerância, a insegurança, a dependência, faz com que não estejamos satisfeitos com o que temos e somos, e cada vez mais cobrados por nós mesmos, pela família, e pela sociedade, não respeitamos nossas vontades e limites. Tudo faz parte de um processo de desenvolvimento e transformações e mudanças interiores e exteriores.
                    A vida é como uma estrada que liga uma cidade a outra, e nós estamos nessa estrada que simboliza o presente, assim sabemos pouco de onde viemos, só sabemos do passado e não sabemos para onde estamos indo, no entanto nos preocupamos muito de onde viemos que é o passado bem como para onde vamos que é o futuro, e deixamos de nos preocupar com o presente, que é o que temos e somos, por isso sofremos, e é difícil caminhar nessa estrada com muitos pedágios, perigos, retas longas, subidas e descidas, curvas fechadas às vezes escorregadias, às vezes com sol, às vezes com chuva, alguns trechos muito bonitos com muitas árvores e natureza, todos esses percalços, já seriam suficientes para nos preocuparmos com a vida presente.
       Gosto da filosofia budista e segundo o Buda Sidarta, temos que viver da melhor forma o presente, sem se apegar ao passado ou ansiar o futuro, se vivermos bem o presente, no futuro independente de existir outra vida ou não, pelo menos vivemos intensamente o presente, mas de forma responsável e com mais momentos de felicidade, no caminho da individuação.
      Sofremos porque nos apegamos a coisas e pessoas.      
                Quanto ao sofrimento, devemos aprender a lidar com ele, e extrair o que tem de bom, tirando lições e aspectos positivos mesmo nas piores situações, buscando as causas com calma e sabedoria, não tendo reações impulsivas, pensando para agir corretamente, pois cada um tem o problema e o sofrimento que precisa, por ser o seu próprio criador. Devemos aprender com as situações para conhecê-las e se conhecer e aceitar-se e se adaptar para viver bem e melhor. Se você estiver bem consigo, estará bem com o universo.
                    Ansiamos para ter respostas sobre a vida e a morte, devemos dar um passo de cada vez e assim continuaremos a caminhada existencial.  Devemos nos libertar da flecha do sofrimento e cuidar do ferimento e tirar lições e aprender sempre, somos eternos aprendizes e muitas vezes nos achamos mestres, mas o verdadeiro mestre é aquele que aprende enquanto ensina.
                    Sofrimento etimologicamente que dizer estar sobre ferros, e cabe a você se libertar da sua própria escravidão, não seja escravo de si mesmo, liberte-se para ter mais momentos de felicidade e amor próprio.
                      Seja compreensivo consigo e com os outros.
Pense criativamente, falando bem, a agindo de forma coerente.
Viva com vontade, não fazendo aos outros o que não gostaria que fizessem consigo, pois a lei de causa e efeito é cruel e o pior juiz é nossa própria consciência.  
Use o seu tempo da melhor forma; quem faz o seu tempo é você mesmo, encare suas fragilidades e transforme-as em virtudes e qualidades, só os corajosos conseguem isso.    
Com a solidariedade e humildade, conseguiremos despertar as capacidades latentes em nós, cultivando as sementes que estão adormecidas e assim surgirá a arvore da sabedoria que crescera espontaneamente de dentro para fora, e como flores e frutos teremos a ética, o amor, a verdade, a paz, a esperança, o respeito, o dialogo, a humildade, o equilíbrio, a compaixão, a fé, a tolerância, a serenidade. 
                       
Marco Antonio Garcia
 Psicoterapeuta de orientação Junguiana
E mail – marco.garcia357@gmail.com




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