As fases do desenvolvimento humano
Antes mesmo do nascimento, trazemos
memórias ancestrais gravadas nos cromossomos dos pais e da historia da humanidade,
conforme a transmissão psíquica transgeracional. No inconsciente coletivo estão
influencias genéticas hereditárias e ambientais, para a formação do nosso ego (eu)
e da estrutura da personalidade, por serem ricas em informações e consequências
mesmo inconscientes e que poderão jamais se tornar conscientes.
C.G.Jung, já resaltava no inicio
do sec. 20, a importância dessas influencias gestacionais e ancestrais,
contidas no inconsciente coletivo e familiar, através dos arquétipos.
Estamos ainda na infância do
desenvolvimento da humanidade. Apesar do patriarcado racional ter uns 10.000
anos apenas, com o surgimento da agricultura e do sedentarismo, e o matriarcado
emocional uns 200.000 anos, o conceito de família é muito mais recente tendo
pelo menos uns 250 anos com a convivência com os filhos, concebidos e desejados
ou rejeitados e abandonados, conforme pedagogia moderna.
Sabemos que tudo que acontece
por volta dos dois ou três anos, fica gravado na memória inconsciente, sendo os
mais importantes anos da nossa existência para o desenvolvimento da estrutura
da personalidade.
Somos
muito parecidos com os animais e plantas do planeta geneticamente, que
evoluíram sexualmente a dois bilhões de anos, somos seres ancestrais e
universais, na relação macro e microcosmica, poucos genes nos diferenciam. Por
isso fazemos parte da evolução das espécies.
Nas primeiras cinco semanas o embrião
se parece a um reptil.
O papel da mãe geradora mudou
muito nas ultimas décadas, influenciando na formação da personalidade,
inteligência e saúde da criança.
O parto normal, cada vez mais
raro é como um ritual de iniciação, diferente das cesarianas, mais traumáticas
para a criança. A amamentação também continua sendo de extrema importância para
o desenvolvimento infantil nos primeiros meses, como uma troca química de amor
e afeto, e deve perdurar de forma sadia essa relação mãe e filho.
Crianças com problemas na concepção e contato afetivo
nos três primeiros anos poderão ter sérias patologias quando crescerem. O
cérebro humano se forma e desenvolve 70% até o primeiro ano de vida e 90% ate o
terceiro anos, a partir daí recebe informações, mas o que ficou gravado é para
sempre apesar de se desenvolver biopsicossocialmente até a morte.
O sentimento de rejeição e
abandono nos primeiros anos de vida é a maior causa de problemas psíquicos, na
adolescência e fase adulta. Assistam ao filme: Precisamos falar sobre Kevin.
Dos sete aos dez anos se
consolida a estrutura da personalidade, seremos o que fomos até essa idade, a
partir daí com a puberdade e a adolescência onde começa a ocorrer a dinâmica da
personalidade, tudo que aprendemos é difícil mudar. Mudamos na existência, mas
não na essência, podemos melhorar muito, mas nos transformaremos no que está arquivado
em nosso inconsciente pessoal.
Com a chegada da vida adulta, até
mais ou menos os 40 anos, a fase da metanoia, continuamos a aprender e
desenvolver nossa dinâmica da personalidade pelas experiências vividas, pois a
experiência é um túnel com a luz voltada para traz, ajuda, mas não resolve
possíveis conflitos, nos preocupando mais em ter do que ser.
Dos 40 aos 60 anos é a faze da
maturidade, passamos do ter ao ser, se preocupando com outras aprendizagens com
mais sabedoria, se quisermos, pois temos o livre arbítrio.
Os homens são mais imaturos que
as mulheres, tendo alguns que não saem da adolescência com o complexo de Peter
Pan, e nas mulheres, Alice no país das maravilhas, e os arquétipos da revelação
que são a anima e o animus, nos ajudam a evoluir.
Dos 60 em diante entramos na
terceira idade , quando deveremos ter mais sabedoria ao lidar com as situações
da vida, se preocupando mais com a morte e a saúde, e o desapego existencial.
A vida é eterna energeticamente,
mas curta materialmente.
Portanto o verdadeiro amor é o
principal remédio preventivo para que o ser humano tenha seu amor próprio tão
importante no desenvolvimento existencial humano, pois não mudamos o que fomos
mais sim o que queremos ser, partir do presente, se libertando dos sofrimentos
e sacrifícios passados, para ter um futuro melhor.
Pratiquem a oração da serenidade.
Assim seja...
Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico
E mail
marco.garcia357@gmail.com