Amor materno
Ser
mãe é padecer no paraíso?
Nem todas concordam com essa
frase.
Somos animais humanos com
inteligência e consciência, cuidamos da nossa prole , quando nascem, ou morreriam
em poucas horas.
Perpetuamos a espécie, ou ela se
extingue. No reino animal, verificamos que quando os filhos nascem precisam ser
mais independentes e autônomos, senão morrem, e só sobrevivem os mais fortes.
Questiona-se se existe o
instinto materno, acredita-se que é mais uma questão hormonal, biológica e
cultural. O cuidar dos filhos é muito relativo, tem mães que cuidam por amor,
outras por necessidade e outras terceirizam o cuidar, com amas, como
antigamente, avós, babas, creches e escolas infantis, muitas vezes por motivos
profissionais.
Nem todas as mulheres querem ser
mães biológicas, o que é um direito, mas as questões culturais e sociais às
vezes as obrigam emocionalmente.
Todos nós não pedimos para nascer,
mas uma vez colocados no mundo, precisamos de cuidados. Assistimos no mundo
muitas crianças abandonadas e indefesas, muitas morrem por falta de cuidados,
isso é cruel.
É de muita responsabilidade ter
filhos não só das mães, mas dos pais que muitas vezes se preocupam em fecundar
e abandonam as mulheres, nesse mundo machista e violento muitas vezes. Não é
fácil ser mulher, principalmente mãe, mas quando se tem apoio do companheiro e
da família se torna mais fácil, o amor materno é insubstituível.
Os papeis sociais aumentaram nos últimos anos
principalmente para a mulher que precisa e gosta de atividades profissionais, e
conciliar todas as tarefas estressa e cansa, por isso é preciso pensar muito antes
do casal decidir ter filhos, muitos preferem pets, para preencher vazios emocionais
ou adotam filhos.
No livro mães arrependidas, da
socióloga israelense Orna Donath, ela entrevista mulheres que dizem amar muito
os filhos, mas não gostam de serem mães, devido à pressão social que sofrem
sobre a maternidade, com frustrações, também com prazeres, duvidas, alegrias, medos,
cobranças, responsabilidades, muitas vezes sem o apoio do pai que também deveria
dividir dentro do possível as mesmas responsabilidades, e às vezes abandonam as
mulheres e se separam por não suportarem a responsabilidade, mas temos alguns
que são mães de gravata que ajudam, mas ainda são poucos.
Ter filhos é maravilhoso, não
tem doutorado que ensine como educar, o que é muito difícil sendo o dia a dia e
cada caso é um caso.
Tem um ditado que diz: depois que
pariu, nunca mais dormiu bem.
É um amor incondicional para
quem decide ter, mas deve assumir e
ter o
dever de cuidar bem com qualidade de tempo e dedicação.
É um direito também a opção de
não ter filhos, a lei permite após os vinte e cinco anos o homem ou a mulher
decidir, fazendo a laqueadura ou a vasectomia.
Temos vários poemas sobre
filhos, pesquise, cito apenas um o Enjoadinho de Vinicius de Morais.
Quem ama cuida.
Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico