Insônia (parte 2)
Dando
continuidade ao tema que é longo e
complexo.
Segundo
a psicossomática, quem sofre de insônia, tem dificuldade em desapegar-se do
controle consciente e tem medo do próprio mundo inconsciente, e assim levamos
para a noite nossos pensamentos, preocupações, e pelo contrario deveríamos usar
o sono e os sonhos para nos darem possíveis soluções de problemas do cotidiano
e não lutar contra eles, buscando soluções.
O
que as pessoas que sofrem de insônia deveriam aprender é encerrar o dia de tal forma que possam
entregar-se totalmente à noite e as leis que a regem, e tentar descobrir o que
está na raiz do medo e enfrentar.
O
que falta aos insones é autoconfiança
para entregar-se e desapegar-se da vida
material e relaxar e pedir ajuda ao inconsciente, seu mundo interior. Para podermos relaxar
devemos nos desligar do dia, da parte racional,
consciente, pois tudo que é monótono aborrece o hemisfério esquerdo da córtex
cerebral e faz com que ele abandone o controle, passando para o lado direito que é menos racional.
Meditação, oração, contar carneirinhos, concentração em um ponto fixo,
observar pêndulos de equilíbrio, prestar
atenção na respiração, nos batimentos
cardíacos, fazer o que não gosta, forçando a mente a relaxar, ajudam a levar da atividade para a
passividade.
Se
precisar tomar algum medicamento para dormir em momentos de crise, procure
ajuda profissional, mas cuidado com a dependência.
Os
insones crônicos têm medo da noite.
Quem
trabalha a noite, ou viaja muito ou tem horários variados poderão ter mais
dificuldade para dormir bem, devido ao nosso relógio biológico.
No
outro lado, quem tem sono excessivo, dificuldade de acordar, deve analisar o
seu medo diante das exigências do dia a dia. Acordar é enfrentar
responsabilidades, dormir é entrar em contanto com um mundo melhor, mais
fantasioso, infantil.
Assim
como o ato de adormecer tem relação com a morte, o despertar se assemelha ao
nascimento. O problema está na unilateralidade.
A
solução é o meio-termo, o equilíbrio, que é dinâmico e assusta as pessoas, levando-as
para os extremos que são mais estáticos. Por isso, a morte e o nascimento são
arquétipos, pois estão enraizados em nós e fazem parte de um processo
existencial sem limites no tempo e no espaço.
Durmam
em paz sem medo de morrer, e acordem como estivessem nascendo para uma nova
vida todos os dias, sei que é difícil, mas devemos tentar e acreditar sempre.
Nossos
dias atuais não estão fáceis em vários sentidos, mas fiquemos tranquilos,
acreditando em si mesmos, para enfrentar o dia a dia, de uma forma mais
saudável e feliz com paz e saúde, sem medos, pois a cada noite morremos e
nascemos para um novo dia, como uma fênix e que o dia de hoje seja melhor que
ontem e pior que o amanhã.
Marco Antonio
Garcia
Psicólogo e
psicoterapeuta.