quarta-feira, 23 de novembro de 2022

 

                         Insônia   (parte 2)

 

 

 

Dando continuidade ao tema  que é longo e complexo.

Segundo a psicossomática, quem sofre de insônia, tem dificuldade em desapegar-se do controle consciente e tem medo do próprio mundo inconsciente, e assim levamos para a noite nossos pensamentos, preocupações, e pelo contrario deveríamos usar o sono e os sonhos para nos darem possíveis soluções de problemas do cotidiano e não lutar contra eles, buscando soluções.

O que as pessoas que sofrem de insônia deveriam aprender é  encerrar o dia de tal forma que possam entregar-se totalmente à noite e as leis que a regem, e tentar descobrir o que está na raiz do medo e enfrentar.

O que falta aos insones é  autoconfiança para entregar-se e desapegar-se  da vida material e relaxar e pedir ajuda ao inconsciente,   seu mundo interior. Para podermos relaxar devemos  nos desligar do dia, da parte racional, consciente, pois tudo que é monótono aborrece o hemisfério esquerdo da córtex cerebral  e faz com que ele abandone  o controle, passando  para o lado direito que é menos racional. Meditação, oração, contar carneirinhos, concentração em um ponto fixo, observar  pêndulos de equilíbrio, prestar atenção na    respiração, nos batimentos cardíacos, fazer o que não gosta, forçando a mente  a relaxar, ajudam a levar da atividade para a passividade.

Se precisar tomar algum medicamento para dormir em momentos de crise, procure ajuda profissional, mas cuidado com a dependência.

Os insones crônicos têm medo da noite.

Quem trabalha a noite, ou viaja muito ou tem horários variados poderão ter mais dificuldade para dormir bem, devido ao nosso relógio biológico.

No outro lado, quem tem sono excessivo, dificuldade de acordar, deve analisar o seu medo diante das exigências do dia a dia. Acordar é enfrentar responsabilidades, dormir é entrar em contanto com um mundo melhor, mais fantasioso, infantil.

Assim como o ato de adormecer tem relação com a morte, o despertar se assemelha ao nascimento. O problema está na unilateralidade.

A solução é o meio-termo, o equilíbrio, que é dinâmico e assusta as pessoas, levando-as para os extremos que são mais estáticos. Por isso, a morte e o nascimento são arquétipos, pois estão enraizados em nós e fazem parte de um processo existencial sem limites no tempo e no espaço.

Durmam em paz sem medo de morrer, e acordem como estivessem nascendo para uma nova vida todos os dias, sei que é difícil, mas devemos tentar e acreditar sempre.

Nossos dias atuais não estão fáceis em vários sentidos, mas fiquemos tranquilos, acreditando em si mesmos, para enfrentar o dia a dia, de uma forma mais saudável e feliz com paz e saúde, sem medos, pois a cada noite morremos e nascemos para um novo dia, como uma fênix e que o dia de hoje seja melhor que ontem e pior que o amanhã.   

 

Marco Antonio Garcia 

Psicólogo e psicoterapeuta.       

 

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