quinta-feira, 21 de agosto de 2025

 

Alienação parental

 

          Alienação parental é um termo utilizado no meio jurídico e psicológico, que se refere a um conjunto de comportamentos adotados por um ou pelos dois pais separados ou responsáveis, com o objetivo de afastar a criança ou adolescente do outro genitor, prejudicando a relação afetiva entre eles, de forma manipuladora. Pode ocorrer de ambos os lados, com a intenção de se vingar ou por ciúmes, ou por vários motivos, prejudicando o desenvolvimento da criança.

          Alguns exemplos são: falar mal do outro genitor na presença da criança ou quando está com ela, ou ameaçando por telefone ou pessoalmente para tentar desestabilizar o outro, isso pode acontecer com quem tem a guarda ou quem quer tirar a guarda, por vários motivos e interesses. Podendo impedir o contanto com o outro genitor, omitindo informações sobre a vida social da criança, interferindo nos relacionamentos de cada um por ciúme, com controle e possessividade patológica.

          Pode ocorrer com o genitor que por não ter a guarda e querer obtê-la, manipular a criança, provocando uma relação toxica e narcísica, não cumprindo com a decisão judicial, deixando de pagar parte ou total da pensão, não querendo que a mãe se relacione com outra pessoa.

          A lei 12.318/2010 é a que trata do tema estabelecendo medidas que podem ser adotadas pelo juiz para proteger os direitos da criança principalmente.

          As medidas que podem ser aplicadas são: advertência aos alienantes, multa, ou suspensão da autoridade parental, medida protetiva, dependendo de cada caso e provas.

          Sempre quem mais sofre é a criança que se sente como num cabo de guerra, na disputa pela guarda, muitas vezes não por se preocupar com ela, mas por inveja, ciúme, valor da pensão, manipulação do outro genitor.

          A criança pode desenvolver ansiedade, depressão, baixa rendimento escolar, fobia social etc.

          As possíveis soluções são as psicossociais, mediação familiar, terapia individual e familiar, cumprimento das decisões judiciais sobre a guarda e convivência. Pode-se até pedir avaliação psicológica dos genitores.

          Os avós podem ajudar ou prejudicar esse processo.

          É lamentável quando um dos genitores ou responsáveis usam a criança aplicando alienação parental, por interesses somente para prejudicar o outro, sem se preocupar com o desenvolvimento da criança ou adolescente em formação. 

           

          A educação essencial nos primeiros anos de vida deveria ser com amor, respeito e bom senso entre as partes de forma madura e conscienciosa.

          Vemos casais que se separaram, formaram outras famílias, mas se dão bem, inclusive as crianças se relacionam formado uma grande família, muitas vezes esses pais se dão melhor após a separação do que quando estavam juntos, mas isso requer muita maturidade e inteligência emocional. Poderão também procurar ajuda profissional psicológica e jurídica para compreender essas situações pelo bem de todos.

          O melhor caminho é o da conciliação amigável, caso contrario, viverão em eterna briga se prejudicando entre si e os filhos, podendo acabar em tragédias e até prisão por vários motivos.

          Que todos tenham um mínimo de lucidez, juízo e humanidade para resolver essas pendencias.

          Pensem bem antes de ter filhos, principalmente atualmente devido aos individualismos e competições entre os sexos.

          Quem ama não compete, nem aplica a sabedoria salomônica.

           Que assim seja...

 

 

 

Marco Antonio Garcia

 Psicólogo e psicoterapeuta

 

 

         

 

 

Nomofobia

 

          Você consegue ficar longe do celular ou computador e deixa-los desligados?

          Essa é uma mania ou vicio recente, podendo atingir pessoas de qualquer idade, mas principalmente na adolescência. Podendo se transformar em patologia, devido a grande dependência desses aparelhos.

          Os sintomas podem ser: estresse, depressão, dificuldade de se relacionar, insônia, devido à ao medo ou ansiedade pela falta de uso do celular, tornando as pessoas mais individualizadas não se relacionando através de diálogos e sim por mensagens, não só nas escolas, que atualmente estão proibindo o uso durante as aulas, mas também entre famílias que se comunicam por mensagens uns ao lado dos outros.

          Por ser uma patologia recente, ainda se estuda suas consequências, por ser um distúrbio multifatorial. Vivemos numa sociedade ansiosa, imediatista na busca de motivações, recompensas e prazeres imediatos, aumentando o nível de dopamina, gerando um vicio às vezes sem controle.

          Os estudos recentes relacionam os traços de impulsividade e baixa autoestima na dependência do celular, com fatores sociais, ambientais e genéticos.

          Para amenizar isso tudo, é importante a redução no uso dos aparelhos, necessitando às vezes, medicamentos e ajuda psicológica. O uso do celular e da internet são importantes, para a educação e aprendizagem, mas sem dependência.

          Sem falarmos no ciberbullying, com difamação, assedio, exclusão, stalking, difamação, ameaças etc. Podendo causar sofrimento a toda família. As mídias sociais deveriam ser para divulgar bons momentos e não competições mentirosas fragilizando nossos adolescentes.  Nosso cérebro ainda é análogico enquanto as tecnologias estão cada vez mais digitais.

          É importante variar as praticas cotidianas, com meditação e exercícios físicos, esportes, leituras, visitas a parques e a centros culturais, museus, para minimizar o uso e dependências desses aparelhos.

          Vigiar, proibir e controlar as atividades dos filhos são importantes e necessárias, orientando e dando outras opções para que eles não vivam no mundo das sombras ocultas perigosas que podem leva-los a automutilação e ate suicídio.

          Quem ama educa, com autoridade, disciplina e limites, bem com dialogo, atenção, carinho, compreensão e qualidade de tempo.

          A velocidade da tecnologia nos assusta até com a inteligência artificial, tão necessária quanto pode ser danosa e cabe a todos nós educadores e a família nos unirmos para vencer esse vilão devorador de jovens e famílias.

          Não confundir nomofobia com monofobia, ambas afetam a forma como nos relacionarmos com o mundo e com os outros, enquanto a nomofobia é o medo irracional de ficar longe do celular e desconectado com o mundo das redes sociais, a monofobia e o medo irracional de ficar sozinho e isolado, ambos podem impactar na vida e na saúde mental das pessoas.

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta junguiano

 

 

 

                                                    Você tem tempo?

 

 

                               Somos uma maquina do tempo, vivemos querendo mudar o passado ou o futuro, e esquecemos do presente, o aqui e o agora. É no presente que podemos compreender o passado e tornar o futuro como queremos, dentro do possível. Temos 24 horas todos os dias para isso.

          O tempo é relativo, pois o passado pode ser a um segundo atrás ou há 10 anos, assim também acontece com o futuro. Estamos constantemente buscando respostas, explicações, justificativas e questionamentos, para o que já passou ou o que ainda não chegou.

                                 O passado já passou e o futuro não chegou.

                                 No passado estão nossas recordações, legados, memórias e lembranças que podem ter sido boas ou não, como diz os provérbios: “não adianta reclamar pelo leite derramado, pois águas passadas não movem moinhos”, o passado às vezes nos traz magoas, angustias apegos, perdas e ou alegrias e saudades, devendo nos servir como experiências, bagagens, aprendizagens, assim devemos compreender e aceitar o passado tirando lições para o presente e para o futuro.

          O tempo cronológico é diferente do tempo social, e continuamos a reclamar por não ter tempo, o que nos falta é planejamento e disciplina, apesar do excesso de informações que recebemos todos os dias.

                                No futuro estão nossas realizações e medos. E às vezes não controlamos nossa ansiedade e sofremos querendo que o futuro ou os problemas se resolvam da nossa forma e o mais rápido possível, e como diz o provérbio “não apresse o rio, pois ele corre sozinho” superando todos os obstáculos para chegar ao seu destino. As aguas buscam o caminho mais fácil e muitas vezes o mais longo com calma e paciência, apesar das enchentes, levando tudo que se opõe na sua frente, a natureza não é má, o ser humano é que a invade.

                                 Sofremos e nos julgamos e às vezes nos condenamos, pois o maior juiz é a nossa própria consciência. Se não enfrentarmos nossos problemas eles continuarão conosco, não adiantando fugir, pois eles estão dentro de nós, assim devemos enfrentar nossos problemas mesmo não querendo, mesmo com medos, transformando e mudando as atitudes no presente compreendendo o passado e assim teremos um futuro melhor.

                                  Acredite sempre em você, enfrentando seus medos, seus fantasmas simbólicos. A grande questão perturbadora é quando nos perguntamos: E SE...   Essa questão nos perturba e neurotiza, quando não aceitamos ou não diluímos nossos conflitos. Tentamos controlar o tempo o tempo todo, às vezes reclamando que o tempo não passa e às vezes reclamando porque passa tão rápido.  O tempo cronológico é o mesmo, nós é que devido as nossas ansiedades queremos controla-lo, controlando tudo até nossos medos e emoções, e quando não conseguimos desabamos transbordando em lamentações, reclamações e insatisfações.

          Tem um ditado que diz que o tempo é o senhor as razão, sendo uma das melhores soluções para quase tudo, conflitos pessoais, familiares, profissionais e judiciais.

          Queremos fazer mais do que as vinte e quatro horas do dia, devido ao acumulo de tarefas e estímulos que recebemos diariamente nas mídias sociais, assim depende de nós administrarmos nosso tempo, que não pode ser desculpa para tudo que não queremos fazer.

                                   A imaginação humana viaja como uma maquina do tempo, querendo alterar     o processo evolutivo que pertence a toda a humanidade. Não somos um computador quântico.

          O tempo é o pai da sabedoria, do amor e da vontade.

          A única certeza que temos da vida é a morte e questionamos se temos medo da morte ou como e quando vamos morrer. Não vivemos o presente a cada dia, não nos preparamos para a morte ou para a velhice, daí ficamos reclamando culpando os Deuses por isso.

          Assim se vivermos mais o presente, planejando e disciplinando às 24 horas           que recebemos todos os dias, sem angustia, compreendendo o passado, sem depressão e o futuro sem ansiedade, poderemos ser melhores naquilo que planejamos, pois cada um colhe o que planta no tempo certo... 

          Devemos viver um dia por vez, no presente, como um presente, saibamos aproveita-lo, o tempo é o mesmo para todos...

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo Clinico e psicoterapeuta

 

  Alienação parental             Alienação parental é um termo utilizado no meio jurídico e psicológico, que se refere a um conjunto de ...