sábado, 13 de novembro de 2021

 

                                                               F.O.M.O.

 

Você sabe o que significa F.O.M.O.?

É uma sigla em inglês “Fear of missing out” que significa medo de estar perdendo algo, como oportunidades e de ficar fora dos acontecimentos presentes, sem resposta imediata nas mídias sociais sem receber o “curtir”, causando ansiedade e até crises de solidão e sensação de abandono.

Atualmente as pessoas estão mais preocupadas com a vida alheia do que com a sua própria vida.

O que será que os outros estão fazendo?

Será que estão mais felizes do que eu?

A insegurança emocional dos jovens principalmente, mas não só deles está aumentando. Alguns influenciadores sociais ou famosos com muitos seguidores com quem muitos se identificam ou gostariam de estar no lugar deles, sofrem por não terem o mesmo sucesso e dinheiro. Nem sempre o que postam é o que realmente está acontecendo, gerando muita dependência afetiva.

Vamos refletir sobre o tempo.

O tempo cronológico é o mesmo para todos, no entanto precisamos saber utiliza-lo com sabedoria e foco, e não com situações que nada acrescentam.

Tempo é saúde e não seja escravo de si mesmo. Planeje seu dia com metas e produtividade e não perdendo tempo com a vida dos outros.

Esse medo de ficar de fora dos acontecimentos, de se sentir não visto pelas mídias sociais em tempo recorde, faz mal para a saúde mental. Fazendo aumentar o sofrimento e diminuindo o amor próprio.

Ficar dependente do celular, se sentindo solitário, te torna frágil.

Sei que precisamos do celular para receber noticias e mensagens importantes, mas não precisa olhar as mensagens a cada minuto. Aprenda a se equilibrar nas tarefas diárias mais importantes, caso contrario aumentara sua ansiedade depressiva, irritabilidade e frustração, sem falar das noticias falsas, não se deixe manipular ou ser enganado.

Mude seus hábitos compulsivos, você deve ter o domínio do exterior e não deve ser dominado. Faça coisas que gosta e fazem bem, relaxe, respire profundamente, medite, faça exercícios, contemple a natureza.

Não nascemos com as redes sociais, elas devem nos relaxar e não tencionar participe de grupos que trazem conhecimento e cultura, nesses tempos de pandemia não podemos estar juntos, mas podemos nos comunicar de forma saudável, ainda bem que temos a internet para ajudar, mas não se escravize você tem o livre arbítrio, apesar das restrições que estamos passando e vai passar, valorize a natureza e a vida, pois ela é curta e não deve ser pequena, aproveite o máximo com amor e paz interior.

Estamos em evolução, sejamos mais humanos sábios e menos irracionais.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo clinico

 

 

 

                                                  Fome

 

          Lendo o livro “O Peso das dietas” da Dra. Sophie Deram, repasso alguns conceitos que acredito serem importantes para ajudar as pessoas com dificuldade com dietas. Sei também que é mais fácil escrever e falar do que praticar.

O que é a fome?

É uma mensagem enviada principalmente pelo hipotálamo, uma pequena parte do cérebro nos avisando quando precisamos comer e quando precisamos parar e estamos saciados, essa mensagem pode demorar por volta de vinte minutos. Mas por que mesmo assim continuamos a comer sem ter fome?

A Dra. Sophie que também é nutricionista é contra as dietas restritivas devido ao seu efeito sanfona. Somos seres onívoros, podemos comer de tudo, mas com moderação, qualidade e prazer para se manter em equilíbrio biopsicossocial.

Vou repassar algumas dicas de como comer sem engordar.

Coma conscientemente, quando está com fome, ouvindo seu corpo e sua cabeça sem controles ou culpa.

Tenha horários de rotina para comer, com um bom café da manhã, almoço, lanchinho da tarde e jantar, tente fazer sua própria comida em casa com alimentos mais frescos e com prazer. Modere as bebidas alcoólicas e refrigerantes.

Coma devagar pelo menos durante vinte minutos saboreando o alimento, sem excesso ou com medo de faltar, você não está na idade da pedra.

Sirva-se com porções menores, se quiser repita por fome não por gula, com alimentos variados, como carboidratos, proteínas, legumes, gorduras e frutas. Não fique muitas horas sem comer.

Mastigue devagar os alimentos, não coma com pressa ou estressado, mesmo comendo fora de casa, preferindo alimentos naturais e menos processados.

Procure um ambiente agradável confortável para se alimentar.

Relaxe antes de comer, pois é um momento sagrado, aproveite-o bem.

Converse baixo, tome agua aos golinhos. Para saborear mais os alimentos.

Deguste com prazer os alimentos como se fosse a primeira vez, nenhum momento é igual ao outro.

Se puder ouvir uma musica calma, ouça.

Temos vários transtornos alimentares ligados a alimentação como a obesidade e a anorexia.  Muitos fatores interferem como a nutrigenômica, o metabolismo, o ambiente e o estresse.

Temos vários tipos de fome, como a fisiológica, a social e a emocional, a mais difícil de controlar.

Escute e respeite sua fome, não fique contando calorias.

Tenha autoestima e amor próprio, durma bem e tenha lazer, e fazendo exercícios moderados.

Não se cobre nem se culpe, cada caso é um caso, minguem é igual ao outro cada um tem o seu limite de peso.

Se aceite como está, para poder melhorar. A alta ansiedade piora muito as limites da fome, de tempo ao tempo, não tenha pressa, você só pode mudar o futuro não o passado.

 Mudar o estilo de vida e os hábitos alimentares é muito difícil eu também sei, mas acredite em você.

Se pergunte, você tem fome do que?

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo Clinico

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 

Melancolia

 

Você está triste ou depressivo, observe bem, pois pode ser melancolia.

Melancolia é mais que tristeza e menos que depressão, é um estado de tristeza profunda e duradoura que não passa e muito ligada ao passado é um luto sem perda, com apatia generalizada sem animo para nada, com nostalgia, irritabilidade, angustia, com apegos a situações e pessoas do passado com sofrimento constante, com choros e lamentações pela vida, com sentimentos de culpa sem motivos.

A ansiedade é constante podendo ter TOC, com perda de apetite, insônia, desanimo, tedio, apatia e um vazio profundo.

A melancolia é muito antiga, desde os tempos de Hipócrates, que dizia ser a bile negra.

Muitas pessoas com talento artístico têm suas criatividades em situações de melancolia com intuição e empatia, criando musicas, peças teatrais e filmes.

Como amenizar a melancolia?

Fazendo atividades físicas moderadas, boa alimentação, relaxamento e meditação, participando de grupos, evitando se isolar, conversando sobre o assunto, procurando ajuda profissional ou ate precisando de medicamentos.

O sofrimento faz parte da nossa vida e do amadurecimento humano, mas viver em sofrimento não é saudável, devemos nos libertar do sofrimento, caso contrario seremos escravos de nós mesmo.  Devemos desviar o foco da angustia e dos pensamentos negativos, para boas lembranças que tivermos ou queremos ter.

A vida deve ser lembrada pelos bons momentos que tivemos, como numa boa viagem, em um bom relacionamento, um bom encontro entre amigos ou familiares.

Ter mais esperança, que nunca deve morrer, acreditando em você e ter fé, que vai melhorar.

O passado já passou e não podemos muda-lo, mas podemos mudar o futuro através do presente.

Ter amor próprio e não individualismo, com equilíbrio, sabedoria e racionalidade.

Sentir saudade é bom, mas sem carência ou sentimento de perda, ciúme e luto constante.

Viva a vida e sinta-se importante e seja feliz.

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta

 

 

 

 

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

 

Depois...

 

Não deixe para depois o que se pode e deve fazer hoje.

Quando deixamos tudo para depois, provavelmente são situações em que não queremos ou não conseguiremos fazer, por não acreditar em si mesmo por insegurança, indecisão e medo do amanhã.

Pense no amanhã como se fosse hoje, pois o amanhã poderá não chegar, e o amanhã nunca chegará, então faça hoje, não sofra por ansiedade negativa.

Se estiver muito sobrecarregado e não souber por onde começar, eleja uma situação de preferencia que seja prioridade e comece a fazer. Use a técnica pomodoro, com método de gestão de tempo, que é dividir o tempo em intervalos de trinta minutos, tendo foco e concentração, com intervalos de descanso de dez minutos. Saiba lidar com o tempo cronológico e não o virtual. Se tiver déficit de atenção não se torture, se respeite e se aceite, mas se concentre no que for fazer.

Não busque a perfeição, pois não ira encontra-la, de o seu melhor, se elogie quando terminar e tenha amor próprio.

A felicidade está nos pequenos momentos da nossa vida, e está dentro de nós, você só fará o outro feliz se estiver também feliz, mesmo assim ela não é plena, suba um degrau por vez, temos momentos de sofrimento que também faz parte da vida e nos faz crescer e amadurecer no processo de individuação que é o autoconhecimento constante, e a cada momento por isso não deixe para depois o que pode fazer hoje.

Os problemas existem para serem resolvidos e não acumulados, não se apegue a coisas materiais, pois caixão não tem gavetas. 

Depois eu faço, depois eu curto, depois eu amo...

O momento é o aqui e o agora, o presente, quem deixa para depois tem apego ao passado e medo do futuro, e o passado já passou e você não pode muda-lo, somente aprender com ele e o futuro não chegou, e só chegará com o hoje, o presente. Vivemos momentos difíceis com a pandemia, mas ela é consequência e não causa, a causa somos nós humanos que provocamos a natureza.

O futuro não será como antes, tudo muda na existência, e nos transformamos no que está em nós e podemos melhorar nosso mosaico como um quebra cabeça, mas não anula-lo, poderá se mais bonito ou não dependendo de nós, por isso não deixe para depois.

O amor que é o melhor remédio para todos os males com humor e prazer deve ser sentido a cada momento, por isso não deixe para depois o que pode fazer hoje e depende de você.

Claro que tem situações que precisamos deixar para depois para ganhar tempo e nem tudo depende somente de nós, não estou generalizando, mas a indecisão em excesso adia situações importantes e não perca boas oportunidades , enfrente, lute e vencerás.

Quem deixa para depois, pode morrer hoje e deixar pendencias importantes.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo clinico.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

 

Sofrencia

                                                                                      

 

                  O ser humano convive com a insatisfação e constante conflito entre o SER e o TER. Vivemos numa sociedade capitalista, materialista que valoriza o ter, e por mais que tentemos buscar a felicidade que é efêmera, voltamos à insatisfação que gera sofrimento, angústia , porque nos apegamos , desejamos e necessitamos de coisas materiais, de forma possessiva, obsessiva, compulsiva, e nos martirizamos com nossos pensamentos, sentimentos, intuições e percepções, numa realidade ora pessimista ora otimista.

O imediatismo, a impaciência, a intolerância, a insegurança, a dependência, faz com que não estejamos satisfeitos com o que temos e somos, e cada vez mais cobrados por nós mesmos, pela família, e pela sociedade, não respeitando nossas vontades e limites. Tudo faz parte de um processo de desenvolvimento e transformações com mudanças interiores e exteriores.

Temos ainda a sofrencia que é o sofrimento com carência, que aparece muito nas musicas sertanejas românticas e populares, pois mexe com o sentimento de perda, traição e paixão não correspondida ou até ódio do outro. As pessoas que passaram por isso se identificam com as musicas para poderem liberar o sofrimento, a carência e autoestima baixa pelo abandono e rejeição do outro, pois quem canta seus males espanta, mesmo com evidencias como diz a musica.

                           Temos que viver da melhor forma o presente, sem se apegar ao passado ou ansiar pelo futuro, se vivermos bem o presente, independente de existir outra vida ou não, pelo menos vivemos intensamente o momento, mas de forma responsável e com mais felicidade, no caminho da individuação, mas quem tem a sofrencia fica preso ao passado se acorrentando e murmurando e chorando pela perda do outro, bebendo e se drogando achando que vai resolver os problemas, que só pioram.

      Sofremos porque nos apegamos a coisas e pessoas.      

                Quanto à sofrencia, devemos aprender a lidar com ela, e extrair o que tem de bom, tirando lições e aspectos positivos mesmo nas piores situações, buscando as causas com calma e sabedoria, não tendo reações impulsivas, pensando para agir corretamente, pois cada um tem o problema e o sofrimento que precisa, por ser o seu próprio criador. Devemos aprender com as situações para conhecê-las e se conhecer e aceitar-se com resiliência e renovação e se adaptar para viver bem e melhor. Se você estiver bem consigo, estará bem com o universo. O sofrimento faz parte da vida, mas para aprendemos e nos libertarmos dele para evoluir sempre.

           Seja compreensivo consigo e com os outros.

Pense criativamente, agindo de forma coerente.

Viva com vontade, não fazendo aos outros o que não gostaria que fizessem consigo, pois a lei de causa e efeito é cruel e o pior juiz é nossa própria consciência.  

   

Com solidariedade e humildade, conseguiremos despertar as capacidades latentes em nós, cultivando as sementes que estão adormecidas sem autoengano e assim surgirá a arvore da sabedoria que crescera espontaneamente de dentro para fora, e com flores e frutos teremos a ética, o amor, a verdade, a paz, a esperança, o respeito, o dialogo, a humildade, o equilíbrio, a compaixão, a fé, a tolerância, e a serenidade necessária.

                        

Marco Antonio Garcia

 Psicólogo clinico

 

 

 

 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

 

Puerpério

 

Puerpério é um período após o nascimento do bebê, o pós-parto, também chamado de resguardo ou quarentena, onde a mulher passa por mudanças físicas, emocionais e hormonais.

O puerpério tem fases, sendo primeira, o imediato que vai até umas quatros horas após o parto, o mediato que vai do primeiro dia ate o decimo dia, o tardio que vai até a sexta semana ou quarentena, e o remoto que vai até o termino da amamentação por volta dos seis meses ou mais.

Claro que varia de mulher para mulher, umas lidam com mais

tranquilidade, outras com mais dificuldade até com sentimentos de culpa, devido à amamentação e a complementação alimentar, intensas emoções, rejeições ao marido com paranoias, ciúmes do mesmo, podendo vir a ter depressão pós-parto, precisando de cuidados especiais.  

É importante seguir as orientações medicas nesse período, para não ter maiores problemas, precisando do apoio do parceiro e de familiares mais experientes próximos, ajudando a cuidar do bebê, principalmente se for o primeiro, e se tiver outros filhos cuide deles também, pois poderão regredir e ter ciúmes do irmãozinho.

O papel mais importante é o da mãe, pois nesse período existe a simbiose entre a mãe e o bebê, e ela precisa estar tranquila para passar tranquilidade para ele, sem muitas visitas e tumulto que mudem a rotina do bebê, até ele se adaptar ao mundo, nos três primeiros meses mais críticos.

As mudanças hormonais que ocorrem em queda causam cansaço, desanimo, insegurança e tristeza e até a depressão, apesar de todo amor pelo bebê, principalmente se o bebê chorar mais que o normal e não dormir o necessário.

A vida sexual do casal só deve ocorrer após a quarentena e com consentimento da mulher, podendo surgir desinteresse e rejeição nesse período, e o parceiro deverá compreender não se sentindo abandonado e carente, pois ele também estará assumindo um novo papel que é de ser pai, ambos estarão amadurecendo.

Enfim é processo de procriação e perpetuação da espécie que deve ser com muito amor, compreensão e respeito, é difícil até mais nos dias atuais do que antigamente, devido às exigências profissionais de ambos, mas o bebê não pediu para nascer e deve ser cuidado, pois todos nós fomos crianças e sobrevivemos, bem ou mal.

Educar também é difícil, mas deve-se educar com autoridade, disciplina e limites, como também com amor, atenção, dialogo e respeito.

 

 

Ter qualidade de tempo, brincando com os filhos e contato físico, é mais importante do que dar bens materiais. A criança precisa de afeto e se sentir segura pois a gestação vai ate o primeiro ano de vida em contato com a mãe principalmente.

Assim a vida segue, e que sejam todos felizes dentro do possível, apesar do momento pandêmico em que estamos, precisando ter mais cuidados.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 1 de junho de 2021

 

Manha ou birra

 

Quem convive com crianças pequenas sabem como elas reagem com relação as suas vontades instintivas, quando ainda não possuem consciência da sua existência social.

Até um ano de idade a criança ainda esta em simbiose com a mãe. Os principais motivos de birras ou manhas podem ser de fome, sono, dor ou incomodadas com as fraudas. Ate os dois anos ela está numa fase de afirmação querendo impor suas vontades, testando os limites dos adultos que convivem com ela, buscando uma independência ainda que superficial. Cada vez mais as crianças nascem espertas e inteligentes.

Na manha ela incomoda os pais e outros adultos da convivência para tentar conseguir algo que quer do seu jeito e para chamar atenção.

Na birra ela não entende o porquê não está conseguindo o que quer ficando irritada com a negação, chorando esperneando e às vezes gritando. Como até aos dois anos não falam, sua linguagem é corporal com gestos e choros. Fazendo parte do desenvolvimento do sistema nervoso.

A criança está em formação da sua estrutura da personalidade, parte herdada e parte adquirida, até mais ou menos os cinco anos. Mas devemos ser carinhosos e firmes com limites, disciplina e autoridade, com carinho, atenção, respeito, proteção e dialogo sempre que possível.

Saber a diferença entre manha e birra é importante para não virar crise. Tente entender o que está se passando com ela, pode ser a ausência da mãe, sono, fome, dor, medo, ambientes agressivos, ou um incomodo pedindo ajuda, se não for entendida virá à frustração e a agressividade devido a sua imaturidade emocional.

Muitas mudanças na rotina e no meio ambiente incomoda a criança, causando insegurança. Ate os dois anos ela se encontra no período sensório-motora, aprendendo sobre o mundo através dos seus sentidos e manipulação de objetos, estando na fase egocêntrica. Dos dois as sete anos a fase é pré-operacional onde surge a imaginação, a memoria e a compreensão entre o passado e o futuro, diz Piaget.

Evite atender a manha ou birra logo no inicio, tente entender o que esta acontecendo se não conseguir, para amenizar o conflito da criança mude o foco da atenção, distraia e sugira outra coisa para fazer que ela goste. Nunca bater, gritar ou ignorar totalmente o ato. Você mostrara que não tem paciência e habilidade para lidar com crianças.

Mimar e proteger demais também não é bom. A criança está numa fase de desenvolvimento e precisa expressar suas emoções, através do choro ou até morder. Às vezes ela quer proteção e colo. Elogie suas atitudes positivas. Abrace-a e segure-a no colo para acalma-la. Sorria para ela e com ela.

Quando tiver mais de dois anos e já falar, tente negociar explicar o motivo do não, e responder os por quês? Fale a verdade, não minta e cumpra o que prometer. Ao invés de dizer não, diga, pare é perigoso. 

A partir dos dois ou três anos na fase de socialização, é bom frequentar uma escola para convívio com outras crianças.

Toda criança tem fases de manha ou birra, no entanto ser forem muito constante procure ajuda profissional para orientação e diagnostico.

Nunca esqueça que você já foi criança e tem uma criança interior, cuide dela também.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo clinico

E-mail marco.garcia357@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 3 de maio de 2021

 

Kalotanásia

 

 

Você tem medo da morte?

 

Ela vai chegar, só não sabemos quando, como e onde.

A Kalotanásia é a morte bela com suas doze características, sendo assistida por métodos paliativos em alguns hospitais particulares e poucos públicos. Conforme livro “Historias lindas de morrer” da Dra. Ana Claudia.

Seria ótimo se todos pudessem ter a bela morte assistida sem sofrimentos e com dignidade. No entanto não é assim que acontece com a grande maioria das pessoas, somos avisados de madrugada, que o nosso ente morreu e estava sozinho, numa UTI, isso quando não temos que ir ao IML, aumentando o sofrimento dos familiares, principalmente em tempos de pandemia que nem ritual de enterro podemos ter.

Apesar do nosso inconsciente não reconhecer a morte como final e sim transformação, temos consciência inconsciente sobre a nossa morte, por isso observamos melhoras repentinas dias antes de morrer para que o paciente possa se despedir, pedindo perdão se redimindo e convivendo com entes queridos quando possível, agradecendo pela vida, não nos enganando, em alguns casos o doente fica resistente à morte sofrendo em vida, não conseguindo se desligar do corpo físico.

Na Kalotanásia não se exige religião, mas ter fé ajuda no passamento, acreditando ou não em outra vida.

“Do pó viemos e ao pó retornaremos”.

Não sei se existem outras vidas, mas devemos viver da melhor forma aqui, assim não teremos surpresas.

Nos casos das EQM (experiências de quase morte) existem explicações desde as religiosas ate as neurológicas.

O medo de morrer faz parte da vida desde que nascemos.

A Kalotanásia é diferente da eutanásia, do suicídio assistido e da ortotanasia.

A morte é a única certeza da vida, mas pode esperar um pouco mais, muitos dizem, quando se tem uma boa vida, com equilíbrio emocional, financeiro e racional, ficando na memoria daqueles que continuam vivos, deixando saudades e tendo sido importante, pois a existência é curta e deve ser bem vivida.

Ser cuidador paliativo é uma benção para quem pode pagar, um ato de muita generosidade para se morrer em paz.

A vida é feita de causa e efeito por isso faça o melhor por você e pelos outros.

Como diz a Dra. Ana Claudia.

A morte é um dia que vale a pena viver...

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo Clinico e psicoterapeuta

e-mail. marco.garcia357@gmail.com

 

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

 

Polvo e cobra

 

Nosso psiquismo é dividido em partes. A consciência, tendo como centro o ego, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, onde estão nossos pensamentos, sentimentos, ações, etc. Cada um a seu nível.

Somos diferentes como masculino e feminino biologicamente, psicologicamente e socialmente principalmente devido aos hormônios sexuais, estrogênio e progesterona nas mulheres e a testosterona nos homens.

Somos racionais, pois sabemos o que estamos fazendo ou querendo fazer, por isso tantos conflitos entre o bem e o mal.

O psiquiatra Dr. Içami Tiba, já falecido, escreveu livro chamado homem cobra e mulher polvo, muito interessante, onde ele aborda metaforicamente e simbolicamente a diferença entre eles. Ambos se completam com humor, amor e prazer (libido), liberando outros hormônios e neurotransmissores que em equilíbrio podem ter um relacionamento saudável.

Os primeiros encontros são muito bons, o homem cobra tentando conquistar a mulher polvo e esta tentando seduzi-lo, e só acontece se ela quiser.

O homem cobra marca território para proteger, cuidar e ama-la, e ela quer ser desejada, protegida e amada. Ambos querem perpetuar a espécie.

Ele deve aprender e compreender como ela funciona com seus oito tentáculos principalmente na SPM (Síndrome pré-menstrual) e ela também precisa compreender as necessidades dele, acolhendo e satisfazendo-o, assim terão um relacionamento longo fiel e leal, com sentimentos, inteligência e criatividade.

A sexualidade é instintiva e o amor é sentimental e racional. Ambos têm hábitos e rotinas diferentes, precisando haver respeito à individualidade de cada um, como gostos por alimentação diferentes, lazeres etc.

A lua de mel acabou, mas o romantismo e o carinho devem continuar, sem individualismo, caso contrario surgem as incompatibilidades que podem ser aceitas e adaptadas ou a relação termina.

Respeitar os horários e os gostos de cada um nos diversos ambientes, como as preferencias alimentares, a pizza pode ser meio a meio sem brigas.

Se tiverem filhos, saberão que a vida muda devido aos novos papeis, com mais trabalho e gastos, é difícil, mas é muito bom com amor e união.

A visão do homem cobra é linear e da mulher polvo é periférica. A mulher polvo precisa falar para descansar, o homem cobra prefere ficar no seu canto em silencio.

  A sexualidade também é diferente e muda com o tempo, com relação à quantidade e qualidade, um bom dialogo ajuda muito, desde que ainda haja amor que é diferente de paixão.

Um bom relacionamento deve ter equilíbrio entre controle, possessividade, insegurança, manipulações, poder, respeito, carinho, dialogo, cumplicidade, ciúme, completando os arquétipos “anima e animus”.

Somente estou dando uma pitada de como pode ser um bom relacionamento para mais e melhores momentos de felicidade e menos sofrimento, pois a vida é o equilíbrio entre alegrias e tristezas.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo Clinico

E-mail – marco.garcia357@gmail.com

 

 

 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

 

  Minimalismo

 

 

Você tem mais do que precisa, mas menos do que merece?

Vivemos em tempos de consumismo desnecessário, quanto mais temos mais queremos ter, como num vicio obsessivo.

Apegamo-nos a bens materiais, sem necessidade, comprando por estar em oferta e acumulamos coisas, se apegando, se endividando como se fosse faltar amanhã, mesmo em tempos de pandemia. Claro que a maioria das pessoas às vezes não tem nem o que comer, vestir ou onde morar, devido a enorme desigualdade social e concentração de renda em nosso país e no mundo.

O minimalismo é um estilo de vida que simplifica e elimina excessos, mantendo apenas o necessário para a sobrevivência para viver bem e feliz, viver com menos, desde os espaços até com objetos, roupas e alimentação. 

Usando apenas o básico sem acumular coisas que não usamos há anos.

Cada um tem seus objetivos e necessidades, precisando se adaptar sem apegos, desejos e sofrimentos que aumentam a insatisfação humana ,a ansiedade e a insegurança.

Viver com simplicidade porem com qualidade de vida deveria ser nosso objetivo, sabendo que é difícil a nova adaptação a realidade, mas não é impossível, cada um há seu tempo.

Deveríamos refletir antes de acumular bens que não vamos usufruir para sempre, pois caixão não tem gavetas.

O estilo minimalista deve servir também para questões pessoais e atitudes diárias ocupando seu tempo externo para não refletir sobre seus conflitos internos, aumentando a ansiedade e depressão, não se aceitando e não melhorando, não evoluindo no processo de individuação, pois a felicidade deve ser um meio e não um fim e é de dentro para fora.

Fazemos parte da natureza e se vivermos em harmonia viveremos melhor com mais saúde mental e física, equilibrando as necessidades e interesses.

 

 

 

 

 

 

Busquemos viver melhor com simplicidade e seremos seres melhores e mais humanos com significado se cuidando e cuidando do próximo, se ocupando com o que é realmente importante para nossa existência.

Pense nisso...

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta .

 E-mail. marco.garcia357@gmail.com

 

 

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

 

A busca do Self

 

          Self para a psicologia é uma imagem arquetípica plena do ser humano, sua totalidade, centro da psique humana. O si mesmo, nossa divindade interior que devemos temer e respeitar, para alcançar a individuação no conflito entre o Ego e o Self, a parte e o todo que serão integrados e realizados. Para Jung a Individuação ocorre quando o indivíduo torna-se si mesmo, inteiro, indivisível, e distinto de outras pessoas, embora em relação com elas, buscando o equilíbrio e não os extremos que tanto causam sofrimento humano. Pouquíssimas pessoas alcançam a individuação ao longo da vida, pois estamos muito mais voltados ao individualismo do que a individualidade.

Temos o livre arbítrio, por isso podemos escolher em sermos individualistas ou buscarmos a individualidade através da individuação, que é o individuo em ação.

          No individualismo a pessoa só pensa nela, sendo egoísta, mentirosa, competitiva de forma negativa; vivemos numa sociedade individualista, consumista, insegura, que valoriza o que se tem e não o que se é. Somos compelidos a comprar uma roupa nova, um carro novo, frequentar o melhor restaurante, comprar joias para se mostrar para a sociedade, apesar do vazio interno, alimentando a soberba.

           O Individualista precisa aparecer, quer seja no trabalho, nas competições esportivas, nas artes em geral, muitas vezes se mostrando o que não é usando uma mascara social, a persona, como diziam os gregos, mas sofre devido ao processo enantiodromico psíquico, que é sair do equilíbrio, ir contra a própria natureza, ficando nos extremos, sendo resistente a mudanças importantes de aceitação, elaboradas em psicoterapia. Diz não ter tempo, mas não tem é vontade de superar e enfrentar os desafios e continua sofrendo. Muitas vezes tendo o que chamamos de duas caras, sendo hipócrita.

          Na individualidade a pessoa se preocupa mais em ser do que ter, ela se aceita mais, se valoriza, reconhece seus erros e dificuldades, tenta ser o que realmente é, busca o autoconhecimento com sabedoria, ajuda o outro a refletir, sendo honesto e verdadeiro, busca a tríade, liberdade, igualdade e fraternidade.

          Quem busca sua individualidade enfrenta os problemas na medida em que surgem, encara face a face e olho no olho. Tem autoestima e amor próprio, sem precisar ser egoísta ou altruísta, equilibrando os interesses e as necessidades humanas. Desenvolve sua personalidade de forma flexível, buscando uma identidade própria, sem fanatismos, alienações, dependências e paixões que anulam o ser, muito comum na adolescência cronológica e psíquica, querendo se identificar com o outro pelo que ele se mostra ser, e não pelo que é realmente, querendo imitar ídolos e heróis, muitas vezes sociopatas.

           Precisamos de valores morais e éticos, educação com qualidade e conscientização.

          Uma sociedade que não respeita o próximo com empatia tende a sucumbir. Entenda a diferença entre solidão e solitude.

           O caminho da individuação busca a liberdade pessoal com responsabilidade coletiva, com ampliação da consciência e a totalidade do ser, integrando o arquétipo sombra á consciência, através do processo de individuação compreendendo os símbolos que emergem do inconsciente, enfrentando as resistências que nos fazem sofrer, quando não a enfrentamos.

           A individuação é um processo, pois não tem fim, é o constante trabalho interior de ampliação da consciência através do si mesmo, que é o conhecimento que temos de nós mesmo, sendo o centro da personalidade, que segundo Jung, o Self, tem por objetivo a realização da totalidade e da individualidade independente da nossa vontade, querendo evoluir, e quando isso não acontece pelos nossos medos, sofremos mais, com angustias e sentimentos de impotência, ou prepotência, sabendo que o medo é inimigo da vontade.

No pós-pandemia será que seremos melhores ou piores, depende de cada um, ou seremos o que sempre fomos?

 

 Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta

Blog: psicologiaemartigos. blogspot.com.br

 

 

 

  Adoeceu!!!               Adoecer significa ficar doente no processo biopsicossocial, o contrario de estar saudável. No entanto atual...