segunda-feira, 26 de maio de 2025

 

                               Memorias

 

        A memoria é uma função psicológica que permite que parte do nosso cérebro, principalmente no hipocampo, adquire e armazene informações dos vários sentidos.

        As memorias são arquivadas no passado e no presente para serem utilizadas no futuro.

         Como nos dispositivos eletrônicos, os HDs guardamos dados por um período de tempo, no entanto como seres humanos, somos diferentes, pois podemos lembrar-nos de fatos da infância importantes e esquece-los por algum motivo ou complexo emocional.

Todos nós já esquecemos algum objeto, lugar compromisso ou lembranças. O esquecimento faz parte do funcionamento da memoria cerebral.

Esquecer é normal e necessário para dar lugar a novas ideias e fatos para nossa consciência egoica. Muitos conteúdos ficam no subconsciente ou inconsciente, e quando precisamos nos lembrar, eles emergem, se forem importantes e significativos como nos sonhos, caso contrario esquecemos por que não precisamos ou não queremos lembrar.

Com o passar dos anos nossos neurônios vão morrendo e temos a tendência de esquecer pequenas coisas principalmente memorias recentes, como acontece com algumas doenças neurodegenerativas, e algumas demências.

A partir do momento que o esquecimento interfere na vida cotidiana, comprometendo a independência pessoal e social, começa a preocupação.

O Transtorno neurocognitivo ou demência é o conjunto de sintomas e alterações na memoria de longo, médio ou curto prazo, que afetam o raciocínio, julgamento, linguagem e o pensamento.

Fique atento quanto tiver alterações no humor sem motivo, guardar objetos e não se lembrar de onde estão ou ficar mais lento nas atividades, esquecer palavras comuns, repetir as mesmas perguntas com frequência, esquecer onde está e se sentindo perdido.          A doença mais comum é o Alzheimer, que é grave e pode ser hereditária entre outras causas e estudos recentes têm evoluído com medicamentos que podem retardar esse processo.

Algumas causas dos esquecimentos podem ser a depressão, muita ansiedade e estrese, transtorno do sono, síndromes metabólicas e endócrinas, medicamentos, traumas, alcoolismo, excesso de informações como num HD cheio, etc.

Nossa memoria é seletiva, às vezes esquecemos o que não queremos nos lembrar, como um mecanismo de defesa do ego, ocorrendo ate atos falhos.

Muita preocupação e tensão no dia a dia com excesso de visualização nas mídias sociais e estímulos externos prejudicam a memoria, podendo ter um apagão dando um branco quando você mais precisa se lembrar de como num vestibular, com medo de errar e não dar conta da pressão.

Esquecer algo e voltar para buscar e esquecer o que veio buscar desde que seja logo após é normal, pois queremos fazer varias coisas ao mesmo tempo, o que não é possível e sempre se dá preferencia a um fato mesmo querendo fazer varias cosias, assim acabamos por esquecer o que queríamos lembrar ou não, quem sabe. Atualmente o esquecimento não afeta apenas os mais idosos, pela perda de neurônios, afeta também muitos jovens por excesso de informações e preocupações ansiosas.

Por isso não se cobre tanto, respeite seus limites, a vida é feita de bons momentos, os ruins tente supera-los e não sofrer tanto por eles, que estão no passado. Não confundir esquecimentos com Anosognosia.

Anote com caneta e papel os compromissos futuros, numa agenda ou use artifícios mnemônicos, você não é um supercomputador com HD cheio.

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

 

Gerações Dopamina

 

          Por que chamo de gerações dopamina?

          A dopamina é um neurotransmissor muito importante do nosso organismo, produzido entre outros locais, no intestino e no cérebro na substancia negra, sendo responsável pelos prazeres, motivação, e movimentos voluntários e involuntários do corpo, provocando reações intensas de prazer e recompensa, como num vicio de adictos, em geral estimulantes, como compulsão por substancias ou atividades. Quando está em desequilíbrio pode provocar patologias desde a infância, como os TDAH, psicoses, e na terceira idade Doença de Parkinson, entre outros sintomas psicológicos.

          Esses excessos atingem varias gerações desde o baby Boomers que nasceram a partir de 1940 até as mais atuais como a geração X, Y, Z, Alfa e até a Beta. Claro que varia de pessoa para pessoa dependendo da educação recebida.

          No entanto trata-se de um fenômeno psicológico emocional e comportamental onde os indivíduos estão buscando recompensas rápidas, muitas vezes sem limites, disciplina e falta de autoridade com desrespeito e até agressividade. A monofobia mostra esses vícios sem controle dos pais e dos adolescentes principalmente, como na a minissérie Adolescência.

          Outro exemplo são os smartphones, as mídias sociais, os jogos de azar, que se tornaram mais importantes do que o dialogo e os relacionamentos, estimulando isolamento social perigoso, principalmente para os mais jovens, apesar de também atingir pessoas com mais idade, mas com imaturidade emocional. Por isso as crianças não deveriam ter acesso às telas antes dos sete anos, e serem educadas com estórias infantis ou desenhos próprio para cada idade.

           No livro Nação dopamina, a autora mostra” por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar”.

          Buscar o equilibrio entre o prazer e o sofrimento não é fácil, pois somos bombardeados de estímulos externos pedindo para consumirmos mais e mais e sem controle, e devemos resistir a esses apelos pelo nosso próprio bem. Saber dosar para viver melhor, pois temos a escolha entre o amor e a dor, como dizia Jung à vida é um equilibrio entre a alegria e o sofrimento para superar e não para se entregar.

          Nosso cérebro ainda é analógico, enquanto a ciência é digital, e vai demorar muito para evoluirmos, e a inteligência é orgânica e não mecânica como a IA.  A convivência relacional ainda é a melhor forma de desenvolvimento, dai a importância de limitar o uso dos smasrtphones, nas escolas e em casa. A família é como um pacote de TV a cabo com muitos canais, mas só gostamos e interagimos com poucos.

          Só o tempo vai dizer como será essa adaptação, pois só adia os conflitos e possíveis soluções.

          Por isso, devemos fazer movimentos e exercícios aeróbicos e musculares, ter boa alimentação, bom sono, cuidar da ansiedade, entrar em contato com a natureza se quisermos ter mais qualidade de vida até a morte, e você pode adia-la ou antecipa-la, você decide, se não conseguir sozinho peça ajuda.

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta Junguiano

 

 

 

 

 

Sarcopenia

 

          Sarcopenia tem origem grega e significa perda de carne, sarx significa carne e penia-deficiência. Carne é proteína, sendo muito importante para o organismo, podendo ser animal ou vegetal.

          O termo foi usado pela primeira vez em 1989, sendo considerada uma doença pelo CID M62. 84, como a perda de massa e função do musculo esquelético.

          A sarcopenia acontece quando temos perda de massa muscular, na força dos músculos, devido principalmente à idade mais avançada e a falta de exercícios e boa alimentação, prejudicando a qualidade de vida das pessoas com mais idade. É um processo natural devido à perda muscular nas pessoas acima dos 50 anos que são mais sedentárias. Com a idade nosso metabolismo fica mais lento, alguns hormônios como a testosterona e o estrogênio, reduzem a produção afetando a síntese de proteínas. Os exercícios físicos e mentais ajudam na produção de dopamina, responsável pelos movimentos do corpo.

          Podem surgir doenças crônicas, devido ao ambiente, bem como a genética e a hereditariedade, como a hipertensão a diabetes, câncer e as inflamações neurodegenerativas, induzindo um estado de catabolismo, que degrada o tecido muscular.

          A obesidade pode acelerar a sarcopenia, causando um estado inflamatório crônico e a resistência à insulina. Os ossos podem ficar mais frágeis, gerando as artrites, pois com a idade a habilidade do nosso corpo de transformar proteínas em energia diminui. Ocorrem também diminuição de vitaminas.

          Os sintomas da sarcopenia podem ser: redução do tamanho dos músculos, fraquezas e falta de resistência física, com problemas na coordenação motora. Por isso é muito importante fazer consultas e exames médicos para acompanhar a saúde física e mental.

          Nunca é tarde para fazer exercícios físicos de acordo com a orientação profissional e a idade, mas quanto antes forem feitos maior longevidade com saúde teremos. Devemos nos cuidar como fossemos um carro antigo de colecionador e não um carro velho enferrujando.

          Nossos antepassados não eram sedentários e sim nômades, não tinham casa nem plantações, por isso saiam para buscar comida e andavam muito e se movimentavam, correndo riscos, mas isso os deixavam mais fortes, mas também morriam mais cedo pelos riscos que corriam.

          Os cuidados com o corpo e a mente, nos levará a ter uma qualidade de vida melhor apesar das limitações, se não nos cuidarmos seremos uma pessoa caquética. Os exercícios também precisam ser mentais, como leituras, jogos e os sociais, tendo relacionamentos agradáveis, se puder dançar é ótimos, os físicos com exercícios aeróbicos, fortalecimento muscular e de equilibrio, pois o importante não é viver muito, mas viver bem dentro do possível.

          É uma doença moderna devido às facilidades que temos em adquirir as coisas, assim ficamos mais preguiçosos, e engordamos mais, comendo e bebendo mal e se mexendo pouco, por isso a sarcopenia foi somente reconhecida como doença em 2019.

          Enfim, comer corretamente, exercitar a mente, usando a inteligência emocional ter bons relacionamentos, e se mexer são os melhores remédios para uma vida mais saudável.

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta.

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

 

Dependência emocional feminina

 

                          Amar é muito bom, mas amar demais e a pessoa errada com muitas incompatibilidades pode ser uma doença, uma paixão destrutiva.

                         A dependência emocional acontece com mulheres inseguras, dependentes, controladoras, autoritárias, manipuladoras, possessivas, maternais e vivem uma relação de co-dependência, por medo de ficarem sós, se sentirem abandonadas, rejeitadas e submissas, com complexos surgidos geralmente na infância, parece paradoxal.

                      Pode atingir homens, mas é mais comum em mulheres. É possível reverter esse quadro de submissão, dependência, agressão, sofrimento, possessão, para um quadro de independência, sucesso e felicidade, varias mulheres e homens conseguiram, é preciso se conhecer melhor e se aceitar para poder mudar e se transformar.

                    A mudança é uma porta que se abre pelo lado de dentro apenas.

                    Se você se identificar com essas características citadas, cuide-se. Muitas vezes, amigos e até a psicoterapia, orientam sobre a relação, mas elas não enxergam e não conseguem de desvencilhar, achando que vão mudar o homem para que seja do jeito que elas gostariam, mas enganam-se, esses homens não mudam.

                   `E uma paixão sem controle, se relacionando com pessoas problemáticas, narcisistas, individualistas, podendo ser viciadas, violentas e emocionalmente instáveis, causando a dependência emocional.

                  Apresentam dificuldades em se relacionar com pessoas mais equilibradas, preferem discutir por qualquer motivo, ficando irritada, mal humorada e estressada, querendo sempre ter razão, que também afetam o emocional.

                 Se sente mãe ou pai do parceiro/a, querendo proteger cuidar, até sufocando o outro.

                  Quando sozinha fica deprimida, insiste manter o relacionamento mesmo estando ruim e toxico, com constantes discussões.

                 É perfeccionista, exigente e muito ansiosa, com auto estima baixa, com necessidade de chamar atenção, pode ter traumas na infância, com ciúme excessivo, pode ter sofrido abusos sexuais, medo de abandono e rejeição, necessita de proteção, e idolatra o outro, se pune e se culpa achando que não merece ser feliz.

                    Seja a sua prioridade, você é a pessoa mais importante, tenha amor próprio, se ame primeiro para depois amar o próximo, pode ser o parceiro e ate os filhos, ou outras pessoas.

               Ninguém pode ter a posse do outro.

                 Muitas vezes os filmes e as novelas imitam a realidade, exagerando ou não, tudo é possível com o ser humano.

              O Ideal é que busquemos o caminho do meio como diz o Taoísmo, evitando estar nos extremos entre a paixão e o ódio, sempre buscando o amor que é o equilíbrio dinâmico e constante da vida.

               Saiba que você é a pessoa mais importante. não de forma egocêntrica, mas tendo amor próprio, goste de você, se ame assim os outros também te respeitarão e te completarão, não devemos viver em função do outro, o outro pode ser importante, mas é o outro, pois o amor liberta.

                   Ame a vida e a si mesma.

                  A vida é uma roseira com flores, perfume, mas também tem espinhos ou como a rapadura, é doce, mas não é mole. 

 

 

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta

 

 

Finitude

 

 

          Tudo tem começo, meio e fim, será?

          Nascemos, vivemos e morremos...

          Finitude define o tempo existencial das pessoas e coisas da natureza, que tem um fim na existência, mas não na essência.

          O fim pode ser hoje, amanha ou nunca, uma vez que o universo com seus mais de 13 bilhões de anos ainda está em expansão, com mais de um trilhão de galáxias.

          Então o que somos no planeta terra!

          Por isso o ontem já passou e o amanhã não chegou e o tempo que temos é agora.

          Falando de nós quase humanos, se soubermos do nosso fim como reagiríamos, será que nos acomodaríamos ou tentaríamos aproveitar o máximo de vida que nos resta.

           Finitude pode ser uma resposta emocional diante uma situação de perda.

          Por mais natural, maior e única certeza que temos desde que nascemos que é a morte finita ou não, existem as crenças religiosas e filosofias de vida de cada um.

          O que podemos fazer para não sofrer muito perante a finitude.

          Valorizar mais a vida

          Fazer melhores escolhas

          Mudar na existência melhorando sempre

          Elaborar melhor os lutos e perdas

          Realizar mais os objetivos planejados

          Aproveitar melhor o tempo social

          Viver com mais prazer se alimentado bem, se exercitando , cuidando da sua saúde física, mental e espiritual, trabalhando no que gosta gostando do que faz ter lazer e hobbies, assim talvez possamos ter mais momentos de felicidade, cada um do seu modo, buscando a paz interior, uma vez que a exterior está cada vez mais difícil.

          A diferença entre o medo e a esperança é que o medo é uma expectativa de que algo de ruim possa acontecer, enquanto que na esperança a expectativa é de que algo bom possa acontecer, prefiro ter esperança, apesar do medo ser real.

          O mais importante não é viver muito e sim viver bem...

          A vida é um eterno recomeço.

          Pra vida toda valer a pena viver..., livro da Ana Claudia Q. Arantes.

Finitude

Que a cada dia eu tenha um objetivo e um motivo para lutar

Que eu agradeça sempre antes de deitar

Que a tristeza e as desilusões não me faça perder a ternura

Que eu entenda que nem tudo o que quero é viável

Que não se vive sem uma pitada de dor

Que a finitude seja por mim respeitada

Que algumas saudades não significam nada

Que passo rapidamente de decapitador e decapitado

Que quanto mais ofereço mais sou recompensado

Que sou humano, mas nem sempre sou errado.

Por Moacir Luís Araldi

 

Marco Antonio Garcia

Psicólogo e psicoterapeuta Junguiano

 

                                  Memorias           A memoria é uma função psicológica que permite que parte do nosso cérebro, principa...