terça-feira, 6 de julho de 2010

Gagueira (tartamudez)

A gagueira ou tartamudez é uma das principais formas de disfluência, atingindo mais o sexo masculino que o feminino.
É um distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos ou repetições de sons, sílabas, palavras ou frases, acompanhado por tensão muscular, rápido piscar de olhos, respiração e caretas.
As causas da gagueira apresentam várias teorias , podendo ser: orgânicas, neurológicas, glandulares, funcionais ou psicológicas , enfim psicossomáticas, envolvendo vários profissionais da área da saúde .
Na minha área de atuação que é a psicológica, trabalho os aspectos emocionais da gagueira ( sensibilidade, segurança, relacionamento).
Alguns estímulos diminuem a gagueira como : Auditivos, Rítmicos, Canto, Tonalidade e Intensidade. O objetivo psicoterápico é o de fazer com que a pessoa fale de modo aceitável, em qualquer situação em que seja necessário a comunicação .
O papel da família e da escola é muito importante na aceitação e na colaboração da promoção da auto confiança do gago .
Todos nós em algum momento de ansiedade ou estresse, gaguejamos, pois estamos com medo de enfrentar a situação , o que é normal, e quando dominamos a situação , o fluxo flui com naturalidade , como um rio em seu curso .
Quando alguém é gago, a fala não flui naturalmente, sentindo medo e esse medo se localiza simbolicamente no pescoço. O papel do pescoço é ligar a cabeça ao corpo, ou seja a parte de cima com a parte de baixo ou do inconsciente para a consciência .
A sensualidade também está envolvida na dificuldade do gago, pois ele precisa se soltar , conquistar espaços, contatos, relacionamentos, se desinibindo para se relacionar mais livremente.
O gago normalmente é tímido e inibido tendo dificuldade de expressar seus sentimentos, se controlando impedindo o livre acesso de suas idéias e desejos.
Costumo dizer que a pessoa não é gago , está gago.
Quando conseguir dizer o que tem vontade, enfrentando seus medos e receios francamente , não haverá mais motivo para a gagueira. No entanto isso tudo não é fácil, mas o tempero da vida está em desafiarmos nossos limites com limites em busca de mais momentos de felicidade que estão no nosso intimo, e buscamos fora .


Marco Antonio Garcia
Psicólogo Clinico

2 comentários:

  1. Será que alguém diria para um tourético: "Você não é tourético, está tourético". Ou para um disléxico: "Você não é disléxico, está disléxico" Por que então, sendo a gagueira uma desordem de etiologia similar, as pessoas continuam dizendo bobagens como essa? Não existe maior desrespeito do que negar ao outro o direito de ser diferente.

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  2. Acredito que independente da desordem, me parece exagerado reduzir a pessoa a ela. Seria mais respeitoso dizer que a pessoa tem tal distúrbio e não que ela é! Fulano de tal é muitas outras coisas e tem muitas outras características para ser reduzida a uma simplesmente. Isso pra mim é rótulo e o rótulo limita qualquer indivíduo. Se a gagueira é um distúrbio tratável e não necessariamente permanente, não penso ser errado dizer que ela está com esse distúrbio. Muito ainda precisa ser estudado a respeito desse assunto.

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